sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Vinhos Uruguaios em Punta del Este

Sempre acreditei que vinho em boa companhia, em bons lugares e em bons momentos, sempre será um grande vinho!
Eu e minha esposa passamos alguns dias na encantadora cidade de Punta del Este, e a nossa proposta foi experimentar apenas vinhos Uruguaios.

Começamos por um Cata Mayor, Reserva 2008, Pinot Noir. Já tomamos ele em um charmoso restaurante na beira mar da cidade. Por incrível que pareça, em pleno dezembro, era uma noite bem fria. algo em torno dos 15 graus e isto ajudou a termos um bom momento com o vinho. Achamos o vinho com sabor acentuado da presença do álcool, mesmo depois de respirar algum tempo. O vinho é bom, e o preço é por volta dos R$ 40,00 no restaurante. Mas não chegou a ser uma grande experiência. Também consideramos muita presença de tanino para um vinho Pinot Noir.

No outro dia fomos na famosa Casa Pueblo. Lá tomamos um vinho branco chamado San Juan Fiesta, Riesling Sauvignon. Foi um vinho agrádavel, mas simples. O preço também era simples (algo em torno de R$ 25,00). Sabor frutado, mas com muito gosto clássico de uva, o que dá uma sensação de vinho de menor qualidade. O que ajudou foi o ambiente e a vista!!!!

Depois a experiência seguinte foi ótima. Jantamos em um restaurante na cidade de José Ignácio (20km de Punta del Este), em um lugar chamado Marismo, onde comemos com pé na areia, com fogueiras em volta, e lua cheia para completar a noite. O vinho jamais iria ficar ruim!!! Provamos o famoso Doña Paula, Malbec, 2007. Um vinho bastante harmonioso, principalmente com as carnes vermelhas que comemos. Para um Malbec, estava na medida com relação a sua acidez, taninos e sabor em geral. Uma ótima dica, visto que o preço também fica na faixa ros R$ 40,00 no restaurante.

Dando sequência no nosso tour de vinhos Uruguaios, não poderíamos deixar de provar o Don Pascual. Como era meio dia, e estávamos na beira da praia, optamos por experimentar o vinho em um drink, o Clericot. O vinho era um Chardonnay Viognier, 2009. Esta combinação já parecia perfeita. Eu já havia tomado esta uva, Viognier, e gostado muito. Resolvi dar um pequeno gole antes de "virar" Clericot e depois comparar com o efeito que as frutas dão para a bebida. Fantástico. Um vinho branco de ótima qualidade. O valor dele é aproximadamente R$ 50,00 no restaurante. O sabor é ótimo. Frutado. Leve. Na combinação com as frutas, ficou também excelente. Fica aí uma ótima sugestão de vinho branco. Vale a pena!

O próximo "eno-encontro", foi em uma das experiências mais legais que vivemos em Punta del Este. Vale a pena ir assistir ao pôr do sol em um restaurante chamado Al Mar. Fica dentro do hotel Serena, e é fantástico. O lugar é ótimo, o clima, o atendimento, a decoração e... o pôr do sol!!!! Para brindar este excelente presente da natureza pedimos uma Chandon Brut. Não costuma muito ser o nosso tipo preferido de espumante, mas esta tinha tudo para dar certo. E foi o que aconteceu. Sabor agradável, sem ser seca de mais e sem perder o sabor frutado que, na minha opinião, as espumantes jamais devem perder.

E por fim, fomos em um restaurante chamado Saravá, também na cidade de José Ignácio, e também em clima de pé na areia e fogo de chão. Lá o sommelier da casa nos ajudou. Indicou um vinho Uruguaio chamado Don Próspero, Tannat, 2008. Havíamos comentado que embora os Tannats são os vinhos tradicionais do Uruguai, não são tanto o nosso estilo, por serem fortes demais. Ele então sugeriu este Tannat por ser diferente. Já no rótulo podemos ler o que o sommelier explicou: feito por maceração orgânica. Confesso que falo mal espanhol e não entendi direito o que exatamente é isso!!! Hehe!!! Mas pude entender, e conferir, que torna o vinho mais leve e mais frutado. Foi o melhor vinho tinto que tomamos nestes dias no Uruguai. Sabor ótimo e acidez baixa. Foi muito boa a dica! Falta agora descobrir o que é exatamente este processo e entender melhor. Mas a dica do vinho tá aí... Muito bom!

Buenas... tudo mucho bárbaro!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A polêmica sobre o vinho verde!*


A maioria dos participantes da degustação promovida pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, no dia 29 de novembro de 2010, no Plaza São Rafael, teve uma surpresa. No evento, o enólogo português António Cerdeira e o crítico e especialista brasileiro de vinhos, Marcelo Copello, garantiram que o vinho é assim denominado “porque a região onde é produzido, no Minho, é muito verde e sua área folhear é a maior do mundo, perdendo-se no horizonte”. O Minho localiza-se no extremo noroeste de Portugal, limitado ao norte pelo rio Minho, fronteira natural com a Espanha; ao sul pelo rio Douro e as serras da Freita, Arada e Montemuro; a leste pelas serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão, e à oeste pelo Oceano Atlântico.
O meu amigo Danilo Ucha, do conceituado blog Cordeiro & Vinho e presente à degustação, considerou a explicação meio insossa. “Confesso que esperava mais, queria mais lenda, mais mistério.” O que se sabia até então é que o vinho verde tem esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquidos cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação.
Confirmando essa tese, na Wikipédia escreve Luís Lopes, editor da revista de vinhos de Portugal: "tudo indica que, efectivamente, o nome vinho verde, que já vem do século XIX, se deve precisamente ao facto da conjugação do clima e das antigas técnicas de viticultura locais (vinhas exuberantes, conduzidas em altura e profusamente regadas pela água das hortas) condicionarem a maturação das uvas. Ou seja, esses vinhos chamaram-se Verdes porque eram efectivamente feitos de uvas verdes. Tanto que, a legislação vitivinícola portuguesa de 1946 dividia os vinhos nacionais, precisamente, entre "verdes" e "maduros". (...) Hoje, na sua maioria, é uma região de viticultura moderna, com castas de grande qualidade (Alvarinho, Loureiro, Avesso, por exemplo), e uvas que atingem o ponto de maturação ideal." E também hoje, na região do Vinho Verde, as pessoas referem-se aos outros vinhos como vinho maduro".
Para esclarecer o assunto, entrei em contato com Marcelo Copello, a quem conheci recentemente em Porto Alegre, no evento Vinho & Cinema, promovido pela Importadora Porto a Porto. Veja a opinião desse especialista, que,  além de ser considerado internacionalmente como o maior especialista brasileiro, é o único a possuir uma coluna de vinhos na Europa: - “Caro Paulo Renato, a afirmação não é minha, é da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), o órgão máximo do Vinho Verde (que foi quem me convidou para a palestra em POA), e apoiada pelos principais autores portugueses, como JP Martins, J Afonso e A Saramago. A Wikipédia para variar está errada, esta não é uma boa fonte de consulta, pois escreve-se o que quiser lá e uma informação errada se propaga. As uvas não são verdes, alcançam  a maturidade que é possível alcançar com o clima chuvoso do Minho, que no geral proporciona vinhos mais para acídulos do que para alcoólicos. Hoje em dia, com o aquecimento global e técnicas mais modernas de viticultura, é possível provarmos brancos do Minho, com muito  corpo e álcool, nada “verdes”.”
Como diz o matuto catarinense em situação de apuro: “Pois e agora...?”

*Este texto foi escrito por Paulo Renato Rodrigues, Economista e Blogueiro do ZH Moinhos.
** Foto: Luciana Zotz

domingo, 5 de dezembro de 2010

Canepa Branco e Cadouços Tinto

Fazia já algumas semanas que não saíamos para um jantar em grande estilo gastronômico, daqueles que fica-se horas e combina-se pratos diferentes com vinhos desconhecidos. Adoro isso! E já estava com saudade.
Sábado a noite é dia perfeito para isso! Eu e minha esposa fomos jantar com um casal de amigos em um dos nossos restaurantes favoritos em Porto Alegre, o Umberto. Quem não conhece, vale a pena! Joga lá no Google que você acha!

O jantar é um menu degustação harmonizado. São cinco pequenos pratos no total. Para os primeiros, tomamos um branco Chileno chamado Canepa, da uva Viogner, safra 2005. Fazia meses que estava interessado em provar esta uva. Desde que eu havia assistido em um programa de TV uma reportagem sobre a Viogner, estava curioso pelo dia em que seríamos apresentados! E foi neste sábado! Muito bom... muito bom mesmo! É um vinho robusto, não chega a ser leve, mas está longe de ser um vinho pesado. Como nos disse o Chefe Michel, é um vinho entre o Chardonnay e um Sauvignon Blanc. Mesmo sendo uma safra já um pouco "antiga" para vinho branco, a experiência foi ótima.






Chegou a vez das carnes e aí continuamos seguindo a dica do Chefe e conhecemos o Português Cadouços Natur 2007, das uvas Aragonês, Touriga Nacional e Merlot. Sou suspeito de falar dos vinhos Portugueses, pois estão na lista dos meus favoritos. E mais uma vez isto se confirmou. O vinho é sensacional. Surpreendeu positivamente à nós quatro! Todos gostamos e lamentamos que o vinho acabou "rapidamente". A presença da uva Aragonês tornou o vinho com a sensação de gás, bem leve. Não chega exatamente a ser gás, mas a acidez da uva causa esta sensação, o que torna o vinho diferente. Um ótimo equilíbrio entre a acidez e a presença dos taninos vindos do carvalho. Mais uma vez uma ótima dica Portuguesa!

Sábado à noite... do Chile à Portugal em algumas taças! Tim-tim!

Valduga 130 anos

Estes dias estive em um evento e conheci esta espumante que chama atenção pelo nome. Valduga Brut 130 anos. Mas... 130 anos? Não entendi!
Chamei o sommelier que nos explicou que é uma espumante comemorativa ao aniversário de 130 anos da Casa Valduga, vinícula que fica no Rio Grande do Sul.
Trata-se de uma espumante brut, que não é a minha favorita, mas que pela proposta valia a pena experimentar. Não sei se é mesmo verdade, mas me disse o sommelier que é uma espumante que fica em barril de pedra por 5 anos. Nunca tinha escutado sobre barril de pedra, mas achei interessante.
O sabor é bom. Fica difícil opinar sobre um tipo de bebida que eu nunca gostei (espumantes muito secas), mas devo reconhecer que era fácil perceber que a espumante tinha qualidade. Um bom equilíbrio dos gases da bebida, com sua acidez e seu sabor. Minha esposa e um casal de amigos que estavam conosco adoraram. Preferi ir para um vinho tinto...
Vale a dica para conhecer algo diferente. E se alguém puder me confirmar se esta informação sobre barril de pedra é verdadeira, me avise!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Luigi Bosca em Gramado!

Final de semana em Gramado. Hotel charmoso, temperatura agradável e uma janta pra lá de especial. Conseguimos reservar a janta exclusivamente dentro da adega do hotel. É uma adega antiga, de pedras. Cabe confortavelmente uma mesa para dois lugares, tornando o jantar em um ambiente exclusivo para o casal. Luz de velas, jazz embalando o clima e uma decisão a tomar: qual vinho vamos beber neste prazeroso momento?
Já escrevi aqui, mais de uma vez, que em bons momentos da vida, qualquer vinho já melhora suas condições de qualidade. Parece que os vinhos tornam-se mágicos e muito mais prazerosos.
Mesmo assim, fazia tempo que estava interessado em provar um Argentino muito famoso, o Luigi Bosca. E foi o que fizemos, abrimos uma garrafa Syrah, 2006. Como os pratos escolhidos por mim e pela minha esposa eram de files, tínhamos a sensação de que harmonia da janta iria se completar. E completou! O vinho é muito bom. E equilíbrio entre acidez, taninos e sabores frutados é ótimo. Nada exagerado. O que torna o vinho agradável de ser tomado. Na boca tornou-se um vinho potente, com sabor acentuado e um gosto prolongado. Não sou muito fã dos vinhos Argentinos mas este realmente surpreendeu positivamente. A garrafa acabou antes mesmo da jantar chegar a seu final.




Na sobremesa, optamos por doces que misturavam frutas e sorvete e para acompanhar, resolvemos pedir um vinho de colheita tardia. O escolhido foi o Chileno Hache 2007. O vinho passa um pouco dos limites de ser doce. Tá certo que vinhos deste tipo são mesmo doces, mas achamos o Hache doce demais. Mas ainda assim um vinho bom. O lado positivo foi o fato de ser um vinho mais leve do que a maioria dos vinhos de sobremesa, o que torna mais fácil a sua apreciação.
Fica aí as dicas de duas experiências em Gramado!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Terras de Monforte, uma excelente opção portuguesa!

Terça-feira, feriado de finados, almoço com amigos.
Este foi o cenário no qual optei por abrir uma garrafa que eu trouxe de Lisboa. Trata-se de um Terras de Monforte 2004, Escolha. A expressão "Escolha" em Portugal é como o nosso "Reserva". É um corte composto pelas uvas Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Aragonez.
Este vinho em comprei em uma loja de especiarias e vinhos. Pedi ao proprietário que me indicasse o melhor vinho Português na sua opinião e foi neste momento que fui apresentado para o Terras de Monforte.
O vinho de fato é muito bom. Uma cor bonita, brilhante e intensa. Um perfume agradável. E no sabor o vinho surpreendeu positivamente. O equilíbrio entre acidez e taninos ajudou o vinho a ficar com um gosto extremamente atraente. Harmonizou muito bem com as carnes que estávamos comendo, pois o vinho complementou o sabor da comida e deu uma boa sensação na boca.
Vou procurar este vinho aqui no Brasil, pois não o conhecia. Para quem anda procurando um bom vinho tinto Português, não deixe de provar este!

domingo, 31 de outubro de 2010

Você já provou vinhos orgânicos?*

A importadora Porto a Porto reuniu, no dia 27 de outubro, um grupo de jornalistas para degustar os vinhos orgânicos da vinícola espanhola Finca Los Alijares, localizada na província de Toledo,  próxima à famosa Serra de Gredos.
Os vinhos dessa bodega , fundada em 2005,  são etiquetados com  o selo de agricultura ecológica,  que certifica o uso de adubos orgânicos naturais no cultivo. Já a  a vinificação se processa sem o uso de anti-sépticos nem antioxidantes e a conservação e o engarrafamento do vinho são isentos de  aditivos nocivos para a saúde. 
Em relação aos vinhos biodinâmicos, que também não empregam produtos químicos e sulfitos, a diferença é que eles são elaborados de uma forma mais esotérica, utilizando, por exemplo, os efeitos dos ciclos da lua e dos astros, tanto no plantio, como na poda e na colheita. O problema do vinho biodinâmico é que não há regulação a respeito.
É a segunda degustação desse tipo  de  que participo, sendo a primeira de vinhos biodinâmicos da África do Sul ( Avondale), numa promoção da Vinhos do Mundo, e agora essa de vinhos orgânicos da Finca los Alijares. Confesso que gostei mais dos vinhos orgânicos. Dos que foram  degustados a minha preferência  foi o da uva viognier branco. É perfeito para uma harmonização com frutos do mar.
Para o fundador e proprietário da vinícola, José Luis Pérez Aquino, em dez anos, a metade do vinho consumido no mundo já será orgânico. Ele cita que, na  Europa isso  já está bem mais avançado. Como referência, na Alemanha,  onde até existe um Partido Verde, esse conceito de cuidado com a natureza e a  saúde é muito desenvolvido. Ele explica que, nos dois maiores mercados da sua empresa– Estados Unidos e Brasil – o consumo vai crescer exponencialmente.  - “Só não vai se desenvolver em zonas onde a natureza não é propícia.  Além disso, o consumidor hoje prefere vinhos que tenham corpo, estrutura, alta concentração de sabor e aroma, mas que sejam fundamentalmente leves e agradáveis ao paladar, sem adstringência.”
Penso que estamos diante de uma tendência. A conferir.


*Este texto foi escrito por Paulo Renato Rodrigues, Economista e Blogueiro do ZH Moinhos.

domingo, 24 de outubro de 2010

Casa do Valle: um vinho verde tinto!

Já fazia tempo que eu tinha interesse em provar um vinho verde tinto. Muitos pensam que vinho verde é verde. Mas não é o caso. Chamam-se verde por serem produzidos por uvas não maduras. No Brasil, o mais comum é ver vinhos verdes brancos. Porém, existem tintos e rosés.
Trouxe de Lisboa o Casa do Valle 2009, com 12% de álcool e com selo de garantia por ser um vinho verde autêntico.
Na cor um vinho extremamente escuro. No aroma um cheiro levemente azedo. Na boca uma rápida sensação de gás (levemente) e um sabor ácido e azedo. Não é um vinho bom. A idéia de um vinho diferente é mais atraente do que a experiência em si. O gosto que permanece na boca é também azedo e sua acidez acabou me provocando azia.
Vale a pena conhecer por ser um tipo de vinho mais difícil de ser encontrado no Brasil, mas não espere grandes experiências. Nem sempre que provamos algo, a surpresa é positiva, mas o simples fato de conhecer vale o momento, e foi o que aconteceu com o Casa do Valle!




De sobremesa, resolvi abrir um vinho de sobremesa (late harvest) Chileno, chamado La Playa. É da safra 2007, e já é sabido que vinho de sobremesa não é vinho de reserva. Por isso, já estava muito atrasado a degustação deste vinho. O resultado? Ruim, novamente! Estava mais denso e muito doce. A cor já era mais dourada que o normal e o perfume muito intenso. Mas o sabor realmente ficou prejudicado. Doce demais. Não deu para beber toda a garrafa! Nunca mais vou esquecer que vinho de sobremesa tem que ser jovem, bem jovem!
Bom... acabei a noite frustrado com duas escolhas ruim! Na próxima, me vingo!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Moira's frutado! Um vinho não tão vinho!

Na minha viagem à Portugal, passei por algumas lojas de vinhos. Obviamente, não conhecia a metade dos vinhos que vi e por isso mesmo acabei comprando aqueles que mais me chamaram a atenção. Uma vendedora de uma das lojas me indicou este vinho do post de hoje, o Moira's Frutado. Havia me comentado que era um dos vinhos preferidos dos brasileiros e que era uma bebida diferente por ter realmente uma intensidade maior de frutas, tanto no aroma quanto no paladar.
Trata-se de um vinho da região do Alentejo, de safra 2006. O produtor não descreve no rótulo quais são as uvas desta bebida, o que já me deixou extremamente intrigado e desconfiado da qualidade. Mas como era uma garrafa muito diferente das demais, resolvi trazer para o Brasil.
Nesta semana, eu e minha esposa resolvemos abrir. Foi o primeiro vinho que trouxe de Lisboa que entrou na nossa lista de degustação já em solo brasileiro.
A cor do vinho é "normal", nem tão escura, nem tão clara. Pelo visual, podemos definir como um bom vinho. Ao sentir o cheiro do vinho dentro da taça, percebemos o alto índice de frutas. No sabor, a mesma coisa. Não quero dizer que o vinho é ruim, pelo contrário, é muito agradável. Porém, o teor de frutas é tão grande que não chega a parecer propriamente um vinho. Lembra as bebidas estilo KeepCooler, onde o sabor de frutas é facilmente identificado.
Para quem gosta de um vinho mais leve, um pouco mais doce e diferente, é uma ótima dica. Para quem gosta de vinhos tradicionais, recheados de taninos e aroma de carvalho, é melhor nem passar perto desta garrafa.
Não sei se tem no Brasil, mas para os curiosos, vale a pena experimentar!

domingo, 17 de outubro de 2010

Em um bom astral, o vinho sempre melhora!

O melhor vinho do mundo é aquele que você mais gosta! Ponto!
Além disto, sempre acreditei que um bom clima para beber o vinho, sempre ajuda na qualidade da bebida. Não adianta beber um vinho muito premiado se você estiver sozinho, com problemas, cansado, em local barulhento e irritante!
Porém, se você estiver em um local confortável, boas companhias e principalmente, um bom astral com você mesmo, aí o vinho pode até ser de qualidade inferior que os premiados que você vai apreciar mesmo assim!
E foi assim que encerrei minha passada por Portugal. Depois de dias de aulas de um curso de pós-graduação, reuniões com empresários e diretores e um pouco de turismo pelo país, fiz minha última refeição em uma cidade chamada Batalha. Fica ao lado de Fátima, cidade famosa pelas questões católicas e que ambas estão cerca de 150km de Lisboa. Estávamos apenas eu e minha irmã (e colega de curso) e fomos almoçar em uma pequena praça, no centro da cidade, junto à um famoso mosteiro, onde ali os Portugueses venceram uma batalha contra os Espanhóis, que acabou dando origem para o nome desta pequena e bonita cidade.
Última refeição em Portugal, logicamente vinho seria a bebida oficial. Resolvemos provar um vinho de produção caseira, feita pelo próprio pessoal do restaurante de uvas vinda da região do Dão.
O vinho era maravilhoso! Sabe porque? Veja a foto abaixo e entenderá o conceito! Não preciso dizer mais nada.

Mas para quem ficou curioso pela qualidade do vinho, era realmente bom. Não chegava a ser um vinho tópico, mas era muito bom. A coloração era típica de vinhos artesanais, com predominância da cor que lembra suco de uva. No cheiro, não teve grandes entregas. Mas o sabor era bom. Esperamos respirar um pouco para diminuir a presença do álcool que incomodou um pouco no começo. Harmonizou muito bem  um prato de filés ao molho madeira.
Se for à Portugal, não perca esta Batalha!

sábado, 9 de outubro de 2010

Direto de Portugal: Terras Altas Dão

Portgual é mesmo fantástico!
Fomos jantar em Cascaes, próximo de Lisboa. Uma cidade com seu charme histórico, à beira mar! Os bares e pubs da cidade são ótimos e resolvemos ir jantar em um deles. Optei por uma pizza típica da região, composta por frutos do mar. Para acompanhar, pedi uma meia garrafa do vinho Terra Altas Dão, 2007. Fazia horas que já queria provar algum vinho português da região de Dão, famosa por produzir bons vinhos. O teor de álcool é bom, abaixo dos 13 graus, o que torna o vinho mais fácil de harmonizar com comidas menos complexas e temperadas, como a pizza neste caso. E realmente harmonizou bem. Um vinho sem grandes entregas, sabor curto, porém de boa qualidade. São vinhos de estilos mais leves, exatamente da forma como eu gosto.
Logicamente que beber vinho português em Portugal até parece ter outro sabor. Mas mesmo assim, foi uma ótima experiência. Um vinho de meia garrafa com preço de 6 euros no restaurante, aproximadamente R$ 15,00.
Mais uma ótima surpresa dos portugueses ao meu paladar!

Direto de Portugal: Muralhas de Monção

Bem vindos a Portugal! Sensacional!
Embora o motivo que trouxe à este charmoso país tenha sido questões de capacitação e negócios, nos poucos momentos livres que tenho estou me propondo a apenas tomar vinhos nacionais, ou seja, portugueses!

Fui à Sintra, uma cidade histórica próximo a Lisboa. O centro desta pequena cidade tem todo o seu charme e almocei um um restaurante típico e antigo. Optei por um prato local, uma espécie de purê de bacalhau. Não gostei muito! Mas o que importava era o vinho, que já acompanhava a entrada: uma sopa de legumes. Abri uma meia garrafa do vinho verde branco Mulharas de Monção 2009. Já falei algumas vezes aqui no blog sobre vinhos verdes, que gosto muito, e possuem este nome por serem feitos de uvas não maduras. O vinho combina fácil com qualquer comida, e naquele lugar também não precisa alta qualidade para propiciar um grande prazer.
O vinho servido gelado harmonizou o início da tarde! Leve, saboroso, frutado, aromático. O vinho gera uma leve sensação de gás. Vinho verde sempre foi uma boa opção, e estando em Portugal mais ainda!
Abaixo coloquei uma foto que tinha em uma parede ao lado do restaurante, e que logo me lembrou o blog Vinhos Sem Mistério.
Um brinde aos bons vinhos! E um brinde aos portugueses!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vinho branco de guarda? Etchart Privado 2000


Sempre li que vinho branco não é feito para ser de guarda. Deve ser tomado jovem. Como nem sempre levo as coisas da vida na maneira como diz a etiqueta, resolvi contrariar e esperar anos para provar um vinho branco pra lá de envelhecido.
Trata-se do Etchart Privado Torrontés, safra 2000. Um vinho com dez anos de guarda. Produzido na Argentina, com a uva Torrontés (que aliás só é produzida na Argentina). Um vinho barato e de fácil companhia. Leve, frutado e bonito no seu visual. Sempre gostei dele, mas nunca havia aberto um de safras tão antigas.
O que aconteceu? Primeiro que a rolha já estava porosa, provavelmente porque o produtor não utiliza rolhas com boa capacidade de guarda. Depois a cor e a densidade do vinho. Logo em servir foi possível perceber que ele havia escurecido. Ao invés de ter uma cor amarelada clara, que lembra as espumantes, o vinho estava dourado, denso, robusto. Lembrava um vinho licoroso. No sabor? Açúcar. Um vinho bem mais doce do que o seu normal. Para quem gosta de vinhos "Late Harvest" (ou vinho de sobremesa), a idéia de guardar por anos um vinho branco não é tão ruim. Tomamos com prazer e quando vimos a garrafa já havia acabado. Abrir outra? Só daqui dez anos!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Aquitania Rosé – sabores e prazeres


Ainda não tinha escrito aqui sobre vinhos rose, mas isto não é sinal de desgosto com este tipo de vinho. Muito pelo contrário, adoro vinhos rose. Gelados, são uma ótima opção de bebida de verão.
O problema aqui no Brasil é que vinhos tipo rose ficou com uma imagem muiro arranhada. E, diferente do que muitos pensam, vinho rose não é resto de vinho. Ele é um vinho tinto, como os tantos que bebemos, porém, com menor tempo de maceração (ou nem passam por este processo), não ficam em envelhecimento em barris, e por estes motivos, tornam-se uma bebida em tons de vermelho mais claro.
Vinhos rose e branco, devem ser consumidos de forma rápida, não são vinhos de guarda. Comprou, bebeu.
Desta vez, em questão, degustamos o chileno Aquitania Rosé 2009. Um vinho produzido no Vale do Maipo, sendo resultado das uvas Cabernet Sauvignon. Um vinho delicado, leve, aromático e que harmoniza facilmente com diferentes tipos de comida.
Se você ainda tem preconceito com vinhos tipo rose, já é momento de se permitir ter novas experiências. O verão está chegando e este tipo de vinho poderá ser uma grande surpresa.

domingo, 26 de setembro de 2010

Na mesa com Angélica Zapata

Fazia tempo que eu e minha esposa não curtíamos uma janta apenas nós dois, degustando e debatendo um bom vinho. E desta vez conseguimos fazer. Preparei um excelente risoto de cordeiro, colocamos de fundo um jazz de Miles Davis e luz mais amena. Tudo para um clima merecedor de um bom vinho.
Resolvemos abrir um Angélica Zapata Alta Merlot 2005, vinho que meu grande amigo Sandro me trouxe direto de Buenos Aires. Este vinho é produzido por uma Bodega (vinícula como chamam nossos hermanos) reconhecida mundialmente, que já foi premiada diversas vezes, a Bodega Catena, que fica na região de Mendoza e que na linha de produção do vinho hoje em questão, deixa a bebida um ano e meio em barris de carvalho francês.

Ao abrirmos o vinho, percebemos na cor que tratava-se de um vinho complexo. A cor é extremamente densa, em tons escuros. Pudemos perceber que a bebida "pintava" a taça, ou seja, ao molharmos a taça por dentro, permanecia no cristal o mesmo tom de vermelho. Alguns enólogos chamam este tipo de situação de uvas tinteiras. Confesso que desconheço se a Merlot Argentina chega a ser considerada uma uva tinteira, mas realmente a cor deste vinho é forte. Deixou nossas línguas e dentes escuros.
No nariz, pudemos perceber um cheiro elevado do álcool. Não era para menos, este vinho tem 14 graus de teor alcóolico, acima da média dos vinhos tintos. Por isso, preferimos deixar o vinho respirar por cerca de uns 30 minutos. Melhorou bastante! Pudemos aí sentir outros aromas, como o próprio carvalho e um pouco de tabaco. Embora o produtor afirma que o Angélica Zapata tem na sua essência a presença de frutas, no cheiro nós não conseguimos perceber.
Na boca o vinho demonstrou porque é um vinho premiado e reconhecido. Um sabor acentuado da uva e do carvalho. A presença boa dos taninos sem prejudicar o sabor. Um retrogosto bom, que nos deixa podendo sentir os sabores do vinho por um bom tempo. Um vinho bastante seco, que combina bem com alguns goles de água mineral para intercalar.
O vinho possui um preço um pouco elevado, por volta dos R$ 100,00 no varejo. Talvez o ideal dele seria ter um preço um pouco abaixo, para aí sim considerarmos uma boa relação custo benefício. Mas isso, em hipótese alguma desmerece a qualidade da bebida. Além disto, harmonizou muito bem com o risoto de cordeiro, que é uma carne mais forte e exatamente por isso, combinou com este vinho, que não chega a ser um vinho tão forte, mas está longe dos vinhos leves e frutados.
Chame a Angélica Zapata para jantar e veja o que acha!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Haja coração! Parelelo 31 do Galvão Bueno.

Desde que o Galvão lançou a sua linha de vinhos em parceria com a Miolo, eu fiquei curioso para provar. Ainda não é muito fácil encontrar as suas garrafas. Ele lançou dois tipos de vinho. O espumante Bueno Cuvée Prestige e o tino Bueno Paralelo 31, que será comentado hoje aqui no blog.
Mas antes de falarmos da experiência com o vinho em si, vale algumas curiosidades. A Vinícula Bueno Bellavista Estate está localizada na Campanha Gaúcha, no paralelo 31, que já é famoso por ser uma faixa que produz ótimos vinhos ao redor do mundo, como Austrália, África do Sul, Chile e Argentina. Os seus vinhos levam a assinatura do famoso winemaker francês Michel Roland e conta com todo o apoio dos enólogos do grupo Miolo, além da presença do próprio Galvão Bueno que fez questão de acompanhar todo o estudo.
Experimentei o Paralelo 31. Um vinho na faixa de R$ 70,00 no varejo. Uma garrafa bonita, rótulo com design muito elegante que destaca o autógrafo do Galvão Bueno e um símbolo de cavalo, que pelo que entendi faz uma referência à região da campanha gaúcha. O vinho em si é um assemblage das uvas Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Petit Verdot (10%), que ficou 12 meses em barris de carvalho francês.

Para degustar este vinho, fiz uma proposta diferente. Resolvi compartilhar com meu grande amigo, e entendido de vinho, Rafael. Mas para dar graça a brincadeira (digo brincadeira pois a minha proposta sempre foi de tomar vinho de forma descomprometida com regras e etiquetas), resolvi tirar o rótulo, contra-rótulo e cápsula da garrafa e levar para a janta sem qualquer tipo de identificação, e aí debatermos sobre o vinho. Este tipo de “teste cego” é sempre muito interessante, pois nos força a refletir mais sobre a bebida.
A proposta do vinho, pelo que li, era trazer algumas características dos vinhos franceses. No aroma e no visual do vinho, acredito que tenham conseguido. Um cheiro bem atraente, bastante leve e frutado. O visual é, como chamam os enólogos, de corpo médio. Ou seja, nem tão claro (rosado), nem tão denso e escuro (encorpado), exatamente como os franceses. Uma dica que li estes dias é que ao inclinar o copo em 45 graus, o vinho forma uma espécie de "unha", que seria uma espécie de borda da bebida dentro do copo. Quanto mais clara esta “unha”, maior a probalidade do vinho ser leve.
E foi o que aconteceu. O vinho é extramente harmonioso, muito equilibrado. Não tem a sensação de “trava língua” como muitos vinhos nacionais. Um sabor agradável, onde é possível perceber a presença dos taninos no sabor do carvalho, mas que estão de forma equilibrada e por isso, são bons. Ouvi estes dias que os taninos devem ser como filhos dos outros: são muito queridos para estarem por pertos, desde que não incomodem. E isto aconteceu no Paralelo 31. Os taninos ajudaram a compor um bom sabor. O único ponto que o vinho deixa um pouco a desejar é no sabor mais curto, sem grandes entregas depois de ingerido. Mesmo assim, ouso dizer que este vinho está entre os melhores vinhos nacionais que já tomei.
Eu e o Rafael batemos uma bola com o vinho e fechamos dizendo: vai que é sua Galvão!

domingo, 19 de setembro de 2010

Trio maravilha: Esporão, Trapiche e Aurora

Almoço na casa do pai! Eu, minha esposa, meu pai e a esposa dele, que preparou uma refeição especial e muito saborosa. Almoço daqueles longos, que iniciou às 14:30 e só levantamos da mesa por volta das 21:00. É verdade! Foi isso mesmo, eu juro!
Claro que não bebemos vinho sem parar, durante todo este tempo, senão estaríamos todos extremamente bêbados! Foi um almoço do estilo que mistura conversas, fofocas, filosofias, idéias... tudo isto acompanhado de entradinhas, prato um, prato dois, prato três, sobremesa, café e etc... O bom é que neste tipo de encontro, o vinho acaba ficando mais extenso e pudemos experimentar três garrafas.
A primeira foi um clássico Português, um Esporão. Não é a primeira vez que cito ele aqui no blog, mas foi a primeira vez que provei este em específico. Era um Esporão Reserva DOC Alentejo 2007. Para quem ainda não sabe, DOC quer dizer Denominação de Origem Controlada. Trata-se de um vinho composto pelas uvas Aragonês, Cabernet Sauvignon e Trincadeira, que ficam pelo menos um ano em barris de carvalho. O Esporão é um vinho de terroir (solo de origem da uva) singular. São solos vulcânicos que recebe influência das brisas do Atlântico. Quando provei, meu pai já havia deixado o vinho aberto por mais de duas horas e logo de início notamos a cor intensa com aromas de frutas vermelhas e um leve cheiro do carvalho. Como todo Esporão, este foi um vinho de sabor longo, que permanece por um bom tempo na boca. Lembrando aquela famosa propaganda de cerveja, este vinho desceu redondo. Ótimo sabor, com boa presença de taninos, sem deixar o vinho pesado, ou com a famosa sensação de "trava língua". Além disto tudo, ainda descobri que no rótulo deste vinho está um desenho do artista plástico José Pedro Croft, que desenhou uma imagem que reverbera a complexidade de aromas, sabores e cores.
E tudo o que é bom, dura pouco. O almoço ainda estava no meio e a garrafa portuguesa se foi! O que vamos beber? Vinho, ora pois! Optamos por sair da Europa e migrar para os hermanos Argentinos. A garrafa escolhida foi um Trapiche Pinot Noir, 2009.  O Trapiche é um vinho que também merece sua atenção. Um vinho de uma ótima relação custo benefício. Logicamente, muito mais curto (no sabor) do que o Esporão, mas ainda assim, bem saboroso. A sua cor era menos brilhante e puxava um pouco para tons de tijolo, mas ainda assim, bonita. O cheiro que exalava nas taças era mais perfumado, com mais presença de frutas. O sabor também leve e também de baixa acidez. Agradável de tomar. Com certeza o Esporão é um vinho mais completo e mais complexo. Um vinho com mais entregas, mas com preço mais caro também. Bem mais caro, inclusive! Mas mesmo assim, o Trapiche também agradou muito. Pinot Noir é uma das minhas uvas preferidas, e do meu anfitrião patriarcal também, por isso mesmo, não poderia ter faltado na mesa. E valeu a pena! O que me chamou atenção neste vinho Argentino foi a rolha, que além de sintética, tinha impressa nela o mapa da Argentina com a região da vinícula. Uma rolha diferente, curiosa.

Entre uma longa conversa e outra, a sobremesa fica à vista e era hora daqueles goles finais de vinho para encerrar a refeição. Depois de passarmos por Portugal e Argentina, era hora de valorizar o que é nosso e abrirmos um vinho Brasileiro.
O vinho escolhido foi o vinho de sobremesa Aurora, Colheita Tardia. Já falei aqui no blog sobre este tipo de vinho, que é doce, em pequenas garrafas e fruto de uvas de colheitas tardias (ou "Late Harvest" para os vinhos internacionais), e por assim serem, se tornam mais doces. A Aurora surpreendeu e confirmou o que eu e minha esposa já estávamos suspeitando: os vinhos de sobremesa nacionais são os melhores. Já havíamos provado um Salton, e desta vez o Aurora demonstrou as mesmas características. Doce, mas nem tanto. Mais denso, mas nem tanto. Um vinho interessante por ser mais equilibrado. A cor do vinho é muito bonita, um dourado extremamente brilhante. É um vinho resultante da combinação das uvas Semillon e Malvasia Bianca. A que tomamos era uma garrafa de safra atual, 2010. E é assim que deve ser. Este tipo de vinho não é feito para ser um vinho "de guarda", e deve mesmo ser bebido jovem, caso contrário começa a lembrar um licor e deixa de ser um vinho. Uma taça pequena já resolve a curiosidade e mata o desejo de fechar a refeição tomando vinho. Harmonizou super bem com sorvetes!
Mais um domingo gastronômico daqueles! O que você vai fazer domingo que vem? Já fica aí algumas dicas...

sábado, 18 de setembro de 2010

No alto do morro com Ventisquero!

Sábado ensolarado. Almoço no topo do morro, com vista para o mar. O que beber? Vinho, lógico!

Tomamos o chileno Ventisquero, Carmenére, Reserva, 2008. Mais uma vez, tive o privilégio de tomar um outro clássico chileno. E como todo Carmenére, um vinho leve, sabor acentuado das uvas (frutado). Também pude perceber um leve sabor de tabaco (uma espécie de gosto de fumaça), que quando é bem discreto, é bom de apreciar! Não possui intensidade de taninos, e por isso, para o meu paladar estava extremamente agradável. Baixa acidez. O ponto mais "fraco" do vinho é que trata-se de um sabor mais curto, sem grandes entregas depois de ingerido.
O Ventisquero Reserva é um vinho premiado diversas vezes em concursos. Sua produção é originária da região do Valle del Maipo, no Chile.
Um vinho de ótima relação custo benefício, pois o seu preço fica em torno de R$ 40,00 no varejo.
Mais um Chileno para ficar na lista dos vinhos agradáveis e merecedores de repeteco!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

No Altos Las Hormigas, eu fui!

Só o nome deste vinho já me chamava atenção! Como um vinho pode associar seu nome à formigas? Pelo menos é diferente... E como tudo que é diferente, chama a atenção. Me sentia na obrigação de entrar neste formigueiro e provar o vinho resultante desta quase provocação.

É o Altos Las Hormigas, Malbec, 2006, Argentino. A Argentina tem fama pela produção de uvas tipo Malbec e a safra de 2006 está na lista das safras bem pontuadas em ranking mundiais.
O jantar era bacana, lugar legal, harmonizado com um carré de cordeiro. Carne forte, vinho forte! Não é exatamente a combinação que me encanta, mas reconheço que é uma harmonização interessante.
A cor do vinho é intensa, rubi escuro, denso. O cheiro (bouquet) possível de perceber na taça é agradável, onde já é possível perceber a presença do carvalho. No sabor, a confirmação! Um vinho com bastante presença de tanino e por consequência um elevado sabor de carvalho. Também não é a sensação que mais gosto nos vinhos, mas o que me chamou a atenção foi o fato de que a acidez do vinho estava super bem equilibrada. Geralmente, vinhos com intenso sabor de carvalho acabam sendo vinhos ácidos, pelo menos para o meu paladar. E nisto, as formigas argentinas surpreenderam. Não é um vinho ácido. Um sabor agradável, de boa digestão. O sabor, além de intenso, é prolongado.
É um vinho que fica, pelo menos, 18 meses em barril de carvalho francês e trata-se de um vinho de baixa quantidade de produção, cerca de 40.000 garrafas/ano.
Um brinde às formigas!

sábado, 11 de setembro de 2010

Chef por um dia: filé harmonizado


Hoje inicia o primeiro post do “Chef por um dia”. Estarei compartilhando aqui receitas de pratos harmonizados, no mesmo clima do blog, ou seja, sem mistério. Como prato inicial, vou descrever um que gosto muito de cozinhar e harmonizar com vinhos. É uma excelente dica!
Trata-se do filé ao molho de vinho tinto. Ou seja, você vai comer e beber vinho! Um prato exótico e que agrada no visual, no cheiro e no sabor.

Ingredientes:
2 bifes de fié mignon
1 taça de vinho tinto (preferência por Cabert Sauvignon)
2 colheres de sopa de shoyu
2 colheres de sopa de maisena
1 colher de sopa de açúcar
Sal e pimenta-do-reino

Como preparar:
Tempere o file com pimenta e sal a gosto e grelhe até dourar.
Para o molho, frite um pequeno pedaço da carne com açúcar até dourar. Acrescente o shoyu, o vinho tinto e a maisena e leve ao fogo, mexendo até engrossar. Prove e se for necessário, acrescente mais sal. Coloque sobre o filé sobre o molho, de forma decorativa no prato.
Sugiro cozinhar batatas pequenas e servir junto, decorando com temperos verdes.

Para harmonizar:
Já fiz este prato algumas vezes e tenho duas sugestões de vinhos que harmonizam muito bem.

O primeiro é o Casa Silva, Los Lingues, Carmenére. Um vinho Gran Reserva, robusto e propício para o prato. Um vinho clássico do Chile, tanto pela vinícula quanto pelo tipo de uva. Segundo especialistas, a melhor safra até hoje de vinhos de uva carmenére no Chile são dos anos de 2001, 2006 e 2007.

A segunda opção seria um italiano chamado La Casa, Brunello di Montalcino, da uva Sangiovese, que também segundo especialistas as melhores safras são dos anos 1997, 2000 e 2005. São vinhos DOC (Denominação de Origem Controlada) e super respeitados nos cenários internacionais de vinhos.
Ambos é recomendado que deixe “respipar” por uns 30 minutos antes de servir.













Não encontrando nenhum dos dois vinhos, opte por vinhos mais robustos (Chilenos, Argentinos e Italianos) de uvas do tipo Tannat, Cabertnet Sauvignon, Carmenére ou Malbec e com certeza terá uma boa experiência.

Casal Garcia - um clássico vinho verde

Minha esposa estava com desejo de comer peixe e então fomos em um restaurante típico de frutos do mar. O prato escolhido foi um filé de peixe grelhado com  molho de camarão. Era então momento de escolher o vinho. Fazia já algum tempo que não tomávamos algum vinho verde e fomos direto no clássico português Casal Garcia, tipo branco.

Ao contrario do que muitos pensam, vinho verde não tem a cor verde. O vinho é muito parecido (em cor e sabor) com variações de vinho branco. Tanto que é nesta área da carta de vinhos dos restaurantes eles geralmente estão. Mas também é importante ressaltar que existe vinho verde tinto. Poucos conhecem e é mais difícil encontrar, mas existem! O nome “verde” é pelo fato do vinho ser produzido a partir de uvas que não amadurecem como as demais. Um vinho feito para ser bebido jovem.
Já conhecia o Casal Garcia, mas foi mais uma vez gratificante a escolha. O vinho tem um bom bouquet, nada intenso, e extremamente frutado. Abrimos ele gelado, da maneira que deve ser. O vinho possui um leve gás (leve mesmo), que dá uma agradável sensação na língua. O sabor é interessante e agradável. Como dito antes, é bastante frutado e lembra as espumantes demi-sec. Para o meu paladar, o vinho verde é mais semelhante aos clássicos vinhos tintos do que os clássicos vinhos brancos, e por isso mesmo me agrada mais. Ele gelado harmonizou muito bem com o peixe. Uma ótima pedida! Em breve estaremos entrando em épocas mais quentes, e o vinho verde, sem dúvida, será mais uma dica refrescante e prazerosa!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Angaro: um sabor diferente!

Em pleno feriado de sete de setembro, tive uma surpreendente e agradável experiência. Abri uma meia garrafa que tinha na minha adega mas que não esperava grande coisa. Trata-se de do vinho Angaro, da vinícula Argentina Finca La Celia, Malbec, 2006.
O vinho surpreendeu, e muito. Por ser meia garrafa paguei um preço barato, por volta dos R$ 17,00. Nunca tinha visto e comprei apenas para experimentar mesmo. O cheiro (ou bouquet) que o vinho apresenta já é diferente, extremamente perfumado. Mas é no gosto que de fato a surpresa acontece. Um vinho com gosto muito específico. É possível (mesmo para os mais leigos), perceber um leve paladar de frutas, chocolate e um tom de "defumado". Mesmo depois de ingerido, continua na boca um gosto muito bom. Ao passar a língua nos lábios, percebe-se um gosto adocicado. Para quem já fumou "charuto sabor chocolate", saberá do que estou falando. Fica um gosto agradável de fumaça junto com tons doces de frutas. Um vinho surpreendente. Barato e simples. Por ser um Malbec Argentino, esperava um vinho mais ácido com maior concentração de tanino, mas não foi o que ocorreu. O curioso é que o vinho é produzido na região de Mendonza, ou seja, já é conhecido para os apreciadores de vinho.
Uma ótima dica! Um vinho realmente diferente entre os iguais!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

NQN Malma e Alamos

Noite véspera de feriado combina com...? Vinhos! Um risoto bacana, acompanhado da minha irmã e meu cunhado, vamos aos vinhos!

Enquanto preparava o prato, abrimos um NQN Malma Malbec Reserva 2006. Logo ao abrir a garrafa notamos a cor escura, densa, mostrando que provaríamos um vinho robusto. Já faz tempo que aprecio os vinhos desta bodega (a NQN), que fica localizada na região da Patagônia, na Argentina. Nos primeiros goles, sentimos a presença forte dos taninos e um tom um pouco elevado da acidez. Resolvemos deixar o vinho respirar um pouco, cerca de 30 minutos, e voltamos a degustar. Melhorou! O vinho havia "aberto" e foi possível perceber mais o seu gosto. Mesmo assim, ainda era possível perceber que se tratava de um vinho estilo mais "forte" e que era necessário maior concentração para poder definir. Após o consumo li no contra-rótulo que a vinícula sugere seis anos de reserva, ou seja, abrimos dois anos antes. Talvez por isso esta diferença! Valeu a pena, mas não chegou a ser uma experiência marcante.
Logo após (e fugindo totalmente da lógica do consumo de vinhos), resolvemos abrir um mais leve.

Sou fã da vinícula Catena, também Argentina, na região de Mendonza. Uma vinícula que já recebeu diversos prêmios e reconhecimentos internacionais. Um dos vinhos top deles é o Angélica Zapata Alta, que tenho na minha adega, mas ainda esperando o momento certo para degustar. O que experimentarmos desta vez foi um vinho da linha mais simples da vinícula, o Alamos, Pinot Noir, 2007. Excelente vinho! Pelo menos para meu paladar. Um vinho leve, que "desce" suavemente e propicia um sabor longo, bastante frutado e perfumado. Exatamente ao estilo do Pinot Noir, que é uma das minhas uvas preferidas.
O mais interessante desta vez foi poder fazer o contraste de um vinho escuro, sabor intenso, com bastante presença de tanino. De outro lado um vinho leve, claro, perfumado, baixa acidez. Quem vence? Prove, e você é quem decide!

domingo, 5 de setembro de 2010

O tradicional Finca Flichman

Já faz algum tempo que me deparo com este vinho. Já havia bebido algumas vezes, mas ainda não tinha parado para analisar ele com mais precisão para poder escrever aqui no blog.
O vinho de hoje é da bodega que leva o mesmo nome, Finca Flichman. Uma vinícula centenária, localizada na região de Mendoza na Argentina e uma das mais tradicionais para os próprios argentinos, que são grandes defensores da marca. Embora hoje ela pertença a um grupo português (Grupo Sogrape), a vinícula mantém suas raízes, em todos os sentidos, em solos hermanos.

Desta vez, bebi o Finca Flichman Roble Merlot 2008. Um vinho jovem e mais simples. É um vinho da faixa inicial da vinícula e um preço bem acessível (por vota dos R$ 25,00 no varejo).
O vinho não possui grandes entregas. A história dele, o rótulo, o charme de Mendoza e os irmãos mais interessantes (como o vinho "Mistério") chamam mais a atenção do que a qualidade em si da bebida. O sabor não é ruim, pelo contrário. É possível perceber facilmente os taninos frutos do barril de carvalho, o que dá um gosto um pouco mais amaderado do que eu gosto. Além disto, precisei deixar a taça "respirar" uns 20 minutos, pois a acidez inicial estava muito alta. Mesmo assim, é um vinho bom, principalmente considerando o preço, no qual não podemos exigir uma grande experiência.
Embora nós brasileiros tenhamos algumas implicâncias com nossos irmãos de fronteira, é preciso reconhecer que a Argentina cada vez mais vem se destacando na produção de vinhos e a Finca Flichman não pode ficar fora da uma rota história de experiências muy interessantes!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Saboreando uma Freixenet

O texto de hoje vai para uma das marcas de espumantes mais charmosas, pelo menos na América do Sul, a Freixenet. Como meu paladar para espumantes é inclinado para as doces (Asti Italianas ou Moscatel), a Freixenet não chega a ser uma espumante que me dê tanto prazer. Reconheço que a marca, a garrafa, o róturlo... tem seu charme. O vidro fosco, os tons de dourado e o a sonoridade na pronuncia da marca atraem os amantes do vinho e suas variações.
É possível perceber a qualidade da bebida. AS bolhas de gás pequenas, que não "grudam" na taça indica a qualidade da bebida. É um sabor agradável, leve, parecido com vinho branco. Tomei uma da safra de 2007, tipo brut.
Embora muitos não saibam, a Freixenet é espanhola, e como sou fã de vinhos europeus, mais uma vez reconheci o seu valor. Como dito antes, foge um pouco das minhas preferências. A Freixenet é mais seca, e levemente amarga. Mas mesmo assim, é uma espumante que merece o seu reconhecimento!

domingo, 29 de agosto de 2010

Na mesa com Cordelier

Por trabalhar com marketing, muitos produtos me atraem pelas embalagens, rótulos, design, e etc. E foi neste sentido que, faz tempo, ando de olho no Cordelier. Um vinho produzido na serra gaúcha (Bento Gonçalves) e a garrafa tem seu charme. A vinícula em si já me agradava pois é uma casa de pedra muito bonita de visitar. Mas a garrafa tem uma questão muito diferenciada. Ela é “decorada” com jato de areia, o que deixa ela com cara de envelhecida. O rótulo segue o mesmo clima e reforça esta imagem. Um vinho na faixa dos R$ 25,00 no varejo.

Mas estava mesmo era na hora de provar o conteúdo. O cardápio era um churrasco feito apenas com costela de porco, minha carne preferida. E a garrafa era de um Merlot 2007. Logo ao abrirmos a garrafa, sentimos um cheiro particular. O bouquet do vinho lembrava o cheiro de suco de uva colonial. O tom também era mais escuro que o normal. O sabor do vinho foi agradável. Ficou melhor depois de uns 20 minutos aberto, baixando a acidez e permitindo sentir um gosto típico de vinhos coloniais, que lembravam aquelas bebidas que provamos quando visitamos sítios e fazendas do interior.
Uma experiência legal para quem quer beber vinho parecendo estar com a boca no barril, no meio dos plantios de uva, no meio do nada, com a mente aberta e o cheiro de mato verde… Um pouco poético demais o que acabei de escrever, mas ainda assim, vale conhecer o vinho!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O espetáculo do Purple Angel

O post de hoje vai em homenagem ao meu amigo Rafael, que me apresentou sempre grandes vinhos. Mas foi justamente na casa dele que conheci o Purple Angel. Já faz algumas semanas que tive este privilégio, mas somente agora resolvi escrever a experiência.
Posso afirmar que está na lista do melhores vinhos que já provei até hoje. E tudo tem seu preço! Este é um vinho na faixa de R$ 180,00 aqui no Brasil, e por isso, muitos trazem ele de fora. O Purple Angel é um dos vinhos top da vinícula chilena Montes, que já produz excelentes vinhos como o Montes Alpha, o "M" e o Montes Folly.

Já era fim da noite quando o meu anfitrião resolveu compartilhar o diamante que ele possuía na adega. O rótulo já é charmoso, e a garrafa é levemente mais robusta e pesada que as demais. Experimentamos um 2006, Carmenére e Petit Verdot. Que espetáculo! Para aqueles que comigo estavam e não conheciam o vinho, uma excelente surpresa. Para aqueles que já conheciam, apenas um exercício de lembrança e homenagem ao prazer do vinho. O Purple Angel é um dos vinhos que mais entrega o seu sabor, na minha opinião. O paladar é extremamente longo, e mesmo depois de ingerido é possível observar todas as suas características. Pesquisando sobre o vinho, descobri que ele fica 18 meses de reserva em barris de carvalho francês, produzido com uvas plantadas nas encostas das montanhas do Chile.
Tá certo que o vinho é caro, mas se você já experimentou diversos vinhos considerados "premium", não deixe de provar o Purple Angel. Como diria meu avô, vale cada centavo!

domingo, 22 de agosto de 2010

Tannat estragado!

Domingo ensolarado, depois de um final de semana sem ter tido a oportunidade de tomar um vinho, resolvi abrir uma garrafa. Como iria tomar sozinho, escolhi uma garrafa mais simples, apenas para poder aproveitar melhor o churrasco que eu e minha esposa iríamos comer.
Optei por abrir um vinho uruguaio que havia comprado algumas semanas atrás no supermercado. É um vinho barato, na faixa de R$ 15,00 no varejo. Gosto de ter vinhos simples e baratos em casa justamente para estes momentos, onde o meu interesse é uma simples e curta experiência com a bebida.
Porém, desta vez, o escolhido permitiu uma experiência muito ruim. Não sei se o vinho é ruim mesmo, ou se estava estragado, mas meu palpite é para a segunda opção. O vinho era o Tannat Varietal 2005. O vinho já chama atenção pois ele vem com uma espécie de etiqueta presa na garrafa por um fita que é colada junto à rolha.
Logo que abri o vinho, percebi que não viria pela frente algo muito positivo. A rolha estava muito molhada (quase toda), além de rachada. Justamente por isso, era fácil quebra-la e sendo assim, com certeza já havia passado muito oxigênio para dentro da garrafa. Ao servir na taça, foi possível perceber pela cor que o vinho também não estava bom. A cor estava mais puxada para cor de terra (ou tijolo). Não tinha brilho, não lembrava uva e por instinto mesmo, é possível perceber que não é uma cor bonita. Confesso que o cheiro para mim estava ok. Não sei se ainda é a falta de conhecimento completo da minha parte, mas o cheiro não me incomodava. Resolvi provar o vinho, e... putz! Ruim mesmo! Azedo, amargo, gosto de vinagre! Não tinha como beber. Deixava um gosto na boca horrível, gosto metalizado.
Ok! Devo ter pego uma garrafa estragada! Tinha outra na minha adega e resolvi colocar fora a garrafa anterior e abrir uma nova. O que aconteceu? Tudo igual! Péssima experiência! Existe uma possibilidade do vinho ser ruim mesmo, mas prefiro acreditar que eu comprei um lote estragado. Como não guardei a nota, não tive o que fazer se não absorver o prejuízo. Por isso, já fica a dica: sempre que comprar um vinho caro, guarde a nota fiscal, você poderá precisar trocar!
Para não perder o almoço, acabei abrindo um Aurora especial, que é feito com uvas uruguaias que já escrevi aqui no blog anteriormente. Escolhi esta garrafa para não ficar apenas com má impressão do Uruguai, e desta vez a experiência foi boa!
Segue abaixo as fotos para ser analisado a rolha e a cor do vinho. Quando ver algo parecido com isso, cuidado! Você poderá estar iniciando uma má experiência com esta bebida tão empolgante!


Finca Pardina e Hacienda del Rey

Nesta semana que passou, foi dia de Confraria. Um pequeno grupo de amigos que se encontra para degustar vinhos e conversar sobre negócios e mercado. Muito interessante, pois cria o clima ideal para debater os prazeres e as diferenças dos vinhos. Temos mais de um ano de Confraria e já provamos muitos tipos de vinhos.

Porém, nesta semana resolvemos provar o Finca Pardina. Um espanhol difícil de ser encontrado. Trata-se de um corte de Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Syrah, safra de 2005. Muito bom o vinho! Muito mesmo! Fazia tempo que não provava um vinho tão alinhado com meu paladar. Um vinho extremamente leve, sabor intenso, baixa acidez, e com uma experiência longa. O vinho segue entregando mesmo depois de ingerido. Realmente muito bom. O preço dele no restaurante foi de R$ 75,00, e por isso imagino que é possível encontrar no varejo por uns R$ 50,00. No outro dia fui atrás para comprar, mas ainda não encontrei para venda. Vou procurar mais, pois vale a pena a experiência com este espanhol.
Depois, pedidos um chileno que agradou pelo nome, o Hacienda del Rey, 2009, Merlot. Não encontrei foto da garrafa para expor aqui, mas o vinho chama atenção pelo rótulo, que tem um tom nobre. Porém, a entrega do vinho já deixou um pouco a desejar. Embora tenha um bouquet (cheiro que percebemos dentro da taça) extremanente intenso e provocante, o sabor do vinho não é tão elevado. Não chega a ser um vinho ruim, até mesmo porque seu preço não é tão alto. Um vinho na faixa dos R$ 40,00 no restaurante. Mesmo assim, a experiência não é tão supreendente. O vinho é bom pois o sabor é característico de Merlot, porém, o seu sabor é curto, não tendo muitas novidades depois de ser ingerido. Talvez um dos motivos por esta baixa entrega seja justamente a sua idade, por se tratar de um vinho 2009, ele é muito novo e a uva Merlot pode ser usada para mais tempo de reserva. Mesmo assim, fica uma boa dica!
Mas na dúvida, não deixe de provar o Finca Pardina!

sábado, 14 de agosto de 2010

Mairena em Gramado


Sábado de frio, chuva e em Gramado. O almoço pediu um vinho! Estávamos em um grupo de trabalho, com cliente junto e decidimos pedir uma garrafa de vinho tinto e dividir entre todos, assim, daria apenas uma taça para cada um. Na medida!
A sommelier do restaurante indicou o Argentino Mairena, Malbec, 2005.
Foi possível perceber qualidade no vinho, mas a experiência para mim não foi das melhores. Achei o vinho ácido demais e com gosto intenso do carvalho. Um vinho que estava em promoção no restaurante por R$ 45,00 e na minha avaliação não valeu a pena. Tem muitos vinhos melhores na faixa de preço. Porém, é importante ressaltar que não sou parâmetro para avaliação de vinhos Argentinos, pois na sua maioria eu não gosto, justamente por acha-los "forte" demais, e o meu paladar é para vinhos mais leves.
Se você gosta de Argentinos e tem referências positivas de vinhos mais leves, me passe a dica!

Serrera del Pecado

Você sabe que está ficando velho quando você passa a ensinar para os seus pais, hábitos que você antigamente considerava de velho! E é isso que tem acontecido. Minha mãe nunca gostou de vinho, mas de um tempo pra cá, começou a gostar e dividir comigo a experiência por diferentes rótulos.

Recebi de presente um Argetino que ainda não conhhecia, o Serrera del Pecado, Malbec com Cabernet Sauvignon, safra 2007. E resolvi logo experimentar o presente. O vinho é bom. E como um bom Argentino, só poderia ser Malbec, que é a uva mais tradicional deste país. Não considero o vinho excelente, pois não se enquadra no tipo de vinho que mais agrada ao meu paladar. Prefiro vinhos mais leves, e este é um vinho mais "pegado". Por isso, resolvi deixar ele respirar por uns 30 minutos e depois fui provar novamente. Melhorou bastante. Foi possível perceber a qualidade do vinho, e a acidez tornou menos agressiva, prevalecendo um paladar sofisticado.
Um outro ponto que me chamou a atenção foi a rolha. Já é comum vinhos começarem a vir com rolhas que parecem uma derivação do plástico, algo sintético. Mas esta parecia mista. A rolha tem uma aparência muito próxima da cortiça, mas no toque percebe-se que não é. São noas opções de rolhas que surgem no mercado. O legal é ficar atento e perceber se influencia ou não nos nossos prazeres ao degustar os vinhos!