quarta-feira, 10 de julho de 2013

Bons pratos, bons vinhos, boa noite.

Nestes 4 anos de existência do blog Vinhos Sem Mistério, apenas uma vez postei algo referente à algum restaurante. A proposta do blog é falar de vinhos. Mas, assim como da outra vez, nesta experiência recente, fica impossível não falar do restaurante em questão e a experiência como um todo.

Eu e minha esposa tivemos a oportunidade de degustarmos um jantar harmonizado no restaurante Peppo (www.peppo.com.br), em Porto Alegre e tivemos uma excelente noite. A proposta foi harmonizar os ótimos pratos que a casa oferece (além do clima e do atendimento que também são ótimos) com a linha mais premium da vinícula chilena Ventisquero.
Para agregar ainda mais valor ao momento, contamos com a presença do enólogo e diretor comercial, Sr. Hugo Salvestrini, que atua nesta vinícula que mesmo sendo muito jovem (12 anos) já está entre as dez maiores do seu país.

Iniciamos a noite harmonizando um creme de moranga com canela com um vinho branco da bodega. Tomamos o primeiro vinho da linha alta-gama, chamado Grey, da uva chardonnay, safra 2011. Bastante aromático, confesso que o vinho me surpreendeu. Percebi um sabor mais intenso do que o normal para a uva chardonnay, o que tornou esta bebida mais atraente. Em cor dourada, o vinho apresenta claramente o tom frutado que se destina.


Depois partimos para uma outra combinação. O prato foi uma massa recheada de ricota, espinafre e nozes, com um belo molho branco. A sugestão da Ventisquero foi harmonizar com o vinho também da linha Grey, uva Pinot Noir, safra 2011. Recebemos a informação que foi eleito o melhor Pinot Noir do Chile. Não que esta informação seja muito relevante, afinal a uva Pinot Noir nunca foi o forte do país, mas obviamente impõem respeito à garrafa. No aroma e na cor o vinho demonstrou porque é considerado o menor na escala da linha alta-gama da Ventisquero. Aroma muito suave, sem despertar grandes expectativas. Na cor, um vermelho bonito, mas claro demais. No sabor o vinho é leve e agradável, mas chega a ficar leve até demais. Possui um gosto curto, que logo some da boca. Obviamente não chega a ser um vinho ruim, mas não me surpreendeu.


Na sequencia degustamos o grande prato da noite. Um belo filé ao molho de framboesa acompanhado de um gostoso purê de mandioquinha. O vinho sugerido pela Ventisquero foi o Vértice. Eu já havia escutado sobre o mesmo, mas ainda não conhecia. Trata-se de um corte 50% carmenere e 50% syrah, da safra 2007. Já na taça o vinho demonstrou uma bela vocação. Uma cor mais profunda e mais brilhante. Um aroma mais agradável para um vinho tinto, onde sobressai o cheiro de especiarias de uma forma muito provocativa. No sabor, uma nova grata surpresa. O vinho é muito bom. Harmonizou muito bem com o filé e tornou aquele momento ainda mais prazeroso. Um vinho mais saboroso, sem ser ácido. Bem equilibrado na língua, sem se tornar forte ou levemente desconfortável. Uma excelente dica para quem já busca beber um vinho de qualidade, mas ainda não se adaptou ao perfil potente demais dos vinhos de altíssimo padrão. 



Com a expectativa elevada, depois da janta vieram os dois grandes vinhos de bodega. Começamos com um vinho que considero um dos melhores que já tomei até hoje. É o Pangea,  da uva Syrah, safra 2008. Eu inclusive já postei sobre este vinho aqui no blog (que coincidentemente também havia tomado no restaurante Peppo) e mais uma vez ele pode me propiciar uma excelente experiência. Uma cor mais intensa e um aroma ainda mais provocativo. O que me encanta na uva Syrah é justamente o cheiro frutado que é possível sentir em um vinho tinto, e com o Pangea não foi diferente, onde ainda ressalta o aroma de frutas vermelhas. No sabor ele apresenta um rápido e leve toque adocicado, que é percebido em alguns vinhos chilenos de alta qualidade. É muito saboroso e gera a percepção de um vinho de muita qualidade sem exagerar nem na acidez, nem no amargor. E o que me encanta neste vinho é seu sabor longo, que permanece por um bom tempo na boca mesmo depois de ingerido. Possui um sabor clássico de madeira, mas de forma muito equilibrada para um vinho que passa 20 meses em barris de carvalho. Posso dizer que o Pangea seguirá na minha lista de vinhos favoritos. Vale cada gole!


Para terminar a degustação, tivemos o privilégio de provar o vinho top da Ventisquero, que ainda nem foi lançado oficialmente no Brasil. O nome é Enclave, da safra 2010. Este já é um corte, composto por 85% de cabernet sauvignon, e o restante entre as uvas cabernet franc, petit verdot e carmenere. Um vinho interessante. Um aroma que lembra um pouco os vinhos franceses e uma cor muito intensa e bonita. No sabor é muito bom, mas acredito que é um vinho que ainda não está pronto para degustar. Mais alguns anos em guarda ele deverá evoluir. Mesmo sendo o melhor vinho da Ventisquero, no quisito sabor, para mim, ficou abaixo do Pangea. É um vinho com taninos que se apresentam facilmente na boca. Também é um vinho de final longo. O que considerei interessante, é que trata-se de um cabernet sauvignon e neste aspecto, torna-se um vinho respeitosamente equilibrado. Considerei sua acidez um pouquinho acima daquilo que avalio como confortável, mas pode ter ocorrido por ainda ser jovem e talvez não ter decantado tempo suficiente. Acredito que teremos, daqui uns anos, um fortíssimo potencial a ser um dos melhores vinhos do Chile.

Ambiente, atendimento e pratos excelentes do restaurante Peppo harmonizados com os melhores vinhos da chilena Ventisquero propiciaram uma grande e agradável experiência. Já deu saudade!



*Crédito para as fotos: Fábio Mariot



terça-feira, 9 de julho de 2013

Dois portugueses, duas opiniões.

Recentemente tive a oportunidade de degustar dois vinhos portugueses. Embora os preços não sejam muito diferente entre eles (preço final em torno de R$ 45,00), são dois vinhos bem diferentes.





Iniciamos provando o In Vista, Reserva Touriga Nacional, safra 2008. É um vinho com uma boa proposta envelhecido 12 meses no carvalho. A cor é um pouco mais opaca e um aroma sem grandes entregas. O gosto é bom. Nada surpreendente, mas bom. Um pouco forte nos taninos, o que torna o gosto mais "pegado". Pelo preço, entendo que há opções melhores.



O segundo vinho foi o Moura Basto Reserva 2009, da região do Douro. Logo pudemos entender o motivo que levou este vinho a ser premiado (medalha de ouro em Berlin). Cor muito mais brilhante e um aroma mais frutado. O sabor é intenso e muito mais longo que o vinho anterior. Uma entrega diferenciada que valeu o investimento.

Sigo sendo um grande apreciador dos vinhos portugueses. Quem gosta de vinho, é sempre válido provar esta bebida dos países que estão há mais de 1.000 anos degustando deste prazer.

terça-feira, 14 de maio de 2013

A noite dos noves

Qual é o tempo ideal de guarda de um vinho?
Esta é uma pergunta muito interessante... Para um longo tempo de reserva, o vinho precisa ser próprio para isto, e o local para esta guarda também precisa ser adequada.
Eu tinha dois vinhos na minha adega de safras de 1999. São mais de doze anos com o vinho naquela garrafa! Resolvi começar a experimentar.
Primeiro, abri o Português Herdade do Esporão, da uva Touriga Nacional. Já na cor foi possível ver que o vinho já estava "passado". A cor era "suja". Não tinha brilho e lembrava terra. O cheiro estava bom. Mas o sabor ficou muito diferente do vinho normal. Não chegou a estar ruim, mas também não estava agradável. Lembrava vinho do porto, porém menos doce. Não consegui beber mais do que meia taça.
Na sequencia, abri outro 1999, o Italiano Valpolicella Clássico da Vinícula Zonin. Esta foi ainda pior. Mais "sujo" na cor e com o cheiro de vinho estragado. No sabor, uma decepção. O vinho estragou, e muito. Gosto de vinagre!
Então resolvi subir dez anos e abrir o Chileno Tarapacá Gran Reserva, 2009, da uva Cabernet Sauvignon. Embora não seja minha uva preferida, foi uma boa experiência. A esta altura, eu queria mesmo um vinho para poder acompanhar a minha janta (carne vermelha). E o Tarapacá, mais uma vez, harmonizou bem. Cor rubi intensa, e sabor agradável. Acidez um pouco em excesso, mas nada que chegasse a atrapalhar a experiência!
Depois deste "laboratório", fica a reflexão que todo vinho tem seu limite de tempo. Uma boa dica é ler em sites especializados a respeito das datas limites de cada tipo de vinho e também vale dar uma olhada no site da própria vinícula para ver se tem alguma recomendação.
Se não tiver cuidado, seu dinheiro pode virar vinagre!!!


sábado, 6 de abril de 2013

Ciao e Doña Paula, my baby!

Fazia horas que eu estava de olho nestas pequeninas garrafas de vinhos e espumantes, denominadas "garrafa baby".
É muito interessante pois costumam ter a quantidade ideal para uma pessoa que queira apenas harmonizar com alguma comida ou apenas uma rápida degustação.
Provei o baby da Doña Paula, Los Cardos, Malbec, safra 2010. Um vinho simples, sem grandes surpresas, mas interessante. Um retrogosto (gosto que fica na boca após beber) um pouco curto com um sabor mais leve que a maioria dos Malbecs Argentinos. O aromo também é curto. Enfim, uma bebida simples porém de boa qualidade para quem procura um vinho fácil de beber.


A outra curiosidade foi provar espumante em lata. Uma latinha charmosinha com a italiana Ciao Rosé. Uma espécie de vinho rosado frisante. Um sabor extremamente agradável e refrescante. Levemente doce sem ser forte. Os gases são pequenos o que torna a bebida muito agradável. Uma ótima opção para beber gelado na beira a praia, ou em volta da piscina!

Outra boa opção para usar estas pequenas quantidades é a oportunidade de degustar diversos vinhos em um único momento. Esta é uma excelente forma de se conhecer esta bebida encantadora, percebendo as suas diferenças na prática!
O único problema, é que ainda é muito difícil encontrar estas pequenas quantidades com vinhos de qualidade. Para quem mora em Porto Alegre, sugiro dar um pulo na zona sul em um encantador bistrô chamado Armazém do Terra, que fica dentro do condomínio Terraville e é aberto ao público externo. Lá, não faltarão opções, my baby!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Graves de Peyroutas com Pulenta na sequência!

Mês de dezembro é sempre no clima de festas e comemorações. E neste final de semana tivemos um pequeno grupo de amigos reunidos para comemorar a nossa confraria do vinho.


Mas o foco aqui é falar de vinhos, e tivemos a excelente descoberta de dois grandes vinhos.
Primeiro provamos o vinho que o Rafa levou, o Francês Château Graves de Peyroutas 2005. Este St. Emilion Grand Cru é leve e extremamente agradável. Um vinho ótimo para início de uma refeição, ainda na fase dos aperitivos. Baixa acidez e presença de taninos de forma suave. Tem uma cor levemente  terrosa,  mas sem perder o brilho! Mais um Francês descoberto!










Depois, fomos para o Argentino Pulenta State, Gran Malbec, 2007. Um vinho bom um aroma convidativo. Com uma cor rubi, os taninos marcam presença de forma macia. Um sabor intenso e uma entrega prolongada. Um vinho mais encorpado que o anterior, e que harmoniza super bem com carnes vermelhas. Valeu a pena provar a dica do nosso amigo JB, e conhecer esta fonte Argentina! 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vinhos da Califórnia impressionam positivamente!*

Foi no restaurante Pepo Cucina que a Importadora Porto a Porto reuniu um grupo de jornalistas e convidados para conhecerem os produtos da vinícola americana Ironstone no último dia 12. Localizada na Califórnia, a Ironstone desenvolve uma vitivinicultura sustentável e seus produtos, após serem apresentados pelo   enólogo e responsável técnico, Joseph Toenjes,  deixaram uma excelente impressão entre os presentes, principalmente o reserva Meritage, que  foi o grande destaque  da agradável noite. Os vinhos degustados foram:

Ironstone Reserve Chardonnay
Região: Sierra Foothills – Califórnia
Variedade: 100% Chardonnay
Análise Sensorial:
Análise Visual: amarelo palha
Análise Olfativa: frutas tropicais, frutas brancas (maçã e melão), butterscotsh (bala de caramelo), baunilha, notas minerais e especiarias
Análise Gustativa: encorpado com final frutado, fresco e muito complexo.
Harmonização: carnes brancas, peixes (salmão) e legumes grelhados

Ironstone Cabernet Franc
Região: Lodi AVA – Califórnia
Variedade: 95% Cabernet Franc e 5% Merlot
Análise Sensorial:
Análise Visual: vermelho rubi
Análise Olfativa: frutas vermelhas, baunilha e notas de tostado
Análise Gustativa: boa acidez, taninos finos e final equilibrado
Harmonização: churrasco, carne de porco com molhos agridoces.

Ironstone Reserve Old Vine Zinfandel Rous Vineyard
Região: Lodi AVA – Califórnia
Variedade: 95% Zinfandel (vinhedos de quase 100 anos) e 5% Petite Sirah
Análise Sensorial:
Análise Visual: vermelho rubi
Análise Olfativa: frutas vermelhas maduras (amora), pimenta e chocolate.
Análise Gustativa: Seco, encorpado, mas já com taninos maduros e final redondo que lembra frutas vermelhas maduras.
Harmonização: carnes vermelhas assadas (carne assada marinada no vinho zinfandel), massas com molho encorpados e embutidos

Ironstone Reserve MERITAGE Estate Grown Sierra Foothills
Região: Sierra Foothills – Califórnia
Variedades: 80% Cabernet Sauvignon, 10% Merlot, 10% Petit Verdot
Análise Sensorial:
Análise Visual: vermelho rubi intenso com reflexos violáceos
Análise Olfativa: frutas escuras maduras (cassis), frutas vermelhas em compota (amora), hortelã, baunilha e especiarias (pimenta branca).
Análise Gustativa: seco, boa acidez, encorpado, complexo e persistente.
Harmonização: Coq a Vin (frango ao molho de vinho tinto), paleta de cordeiro assada.



*Este texto foi escrito por Paulo Renato Rodrigues, Economista e Blogueiro do ZH Moinhos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Pangea: uma experiência mais do que especial!



Fui jantar com um grande amigo, Fernando, que me propiciou uma experiência muito interessante. Depois de tanto falar do tal Pangea, eis que surge esta garrafa na minha frente!
Um Chileno de alto padrão, Syrah, 2007.
Garrafa bonita, rótulo estilo "clean". No aroma já demonstrou sua qualidade, com intensidade em especiarias e um toque adocicado. A cor é um rubi levemente azulado, brilhante!
No sabor... uma grande descoberta. Um gosto que vai evoluindo e se modificando, de forma longa na boca. Por ter ficado 18 meses em carvalho, possui um sabor equilibrado dos taninos. Também é possível perceber um gosto de tabaco, mas em uma acidez extremamente equilibrada.
Um vinho de alta qualidade. O preço também é caro, em torno de R$ 200,00 em casas de vinho. O típico vinho caro, mas que compensa. Quem curte bons vinhos, precisa conhecer este vinho que leva o nome de um enorme continente que existiu. Talvez, o nome é justamente pela grandeza deste vinho!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Arrogant - um vinho com nome sugestivo!*

Este post foi escrito por um grande amigo e também apreciador de vinhos, Caio de Santi.




    Amigos,
    Começo aqui a contribuir esporadicamente com este blog. Sou arquiteto, 36 anos e não tenho nenhuma formação em enologia e afins. Apenas aprecio esta bebida, além de culinária.
    Para fazer esta primeira contribuição escolhi um vinho que bebi ontem e refletisse o próprio post. Um comentário leve, jovem e agradável sobre vinho. Pois ontem escolhi um vinho francês, contrariamente as minhas idéias que vinho europeu bom custa caro. Pesquisei em sites e este vinho custa cerca de R$ 40,00, um pouco mais se bebido num restaurante, meu caso.
    ARROGANT Frog - Tutti Frutti - 2009 - foi a minha escolha. O que esperar de um vinho chamado sapo arrogante tutti frutti com rosca, sem rolha? Exatamente o que ele parece se propor a ser. Um blend jovem, leve, com frutas maduras, de cor viva, mas muito bem equilibrado e de agradável sabor. Desce redondo e leve. Um vinho que se pode tomar duas garrafas facilmente.
    Sempre gostei de blends, pois podem tirar o melhor de cada uva e assim terem um valor mais acessível. O Arrogant Frog cumpre o seu papel e indico como uma ótima opção de vinho leve, mas de ótimo equilibrio.
A ficha técnica do vinho é encontrada neste link: http://www.portofinodeli.com.br/index.php?id_produto=1046


*Post elaborado por Caio de Santi, Arquiteto.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Oroya, um vinho feito pra sushi!


Não foi a primeira vez que tomei este vinho, mas será a primeira vez que vou escrever dele aqui no blog. O nome é Oroya. Com este nome e com este rótulo, entendi logo que o vinho é feito para culinária japonesa e logo imaginei que o vinho provém desta região.
Mas não se engane! O vinho é Argentino, feito pela vinícula Freixenet!
Um vinho desenvolvido, de fato, especialmente para harmonizar com comidas japonesas, em especial o sushi. Tem uma cor amarelada bem brilhante e um aroma bem frutado com fundo floral. No gosto, levemente ácido, em uma medida bem equilibrada. Deve ser tomado gelado e por isso tem um frescor interessante e de boa permanência na boca. A harmonização com sushis realmente foi bem apropriada, que manteve cada qual com seu gosto.
É um vinho branco, que não passa por nenhum envelecimento no barril e é composto pelas uvas Torrontés e Pinot Noir, de quem herda as características de alta qualidade aromática e o corpo firme.
O preço também é interessante. Tomei em um restaurante em Curitiba por R$ 25,00 a garrafa de 500ml.
Se a pedida for sushi, não esqueça de convidar o Oroya para a mesa.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Lapostolle Cuvee Alexandre entre nós!

Eu já havia tomado alguns vinhos Lapostolle. Uma vinícula que me foi apresentada por um grande amigo meu, também conhecedor de vinhos, o Rafael. Na última viagem minha, trouxe na mala um vinho deles de um escalão mais alto, da linha Cuvee Alexandre, Syrah, 2007.
Este vinho é de valor mais alto no Brasil, por volta das R$ 110,00, e por isto precisaria impressionar. Aliás, é importante saber o preço de um vinho para poder definir se ele é bom ou não. Muitas vezes um vinho me agrada, mas o que define se vale a pena ou não é o seu preço. Pode ser bom, mas não valer o preço.
Voltando para o Lapostolle... Resolvi abrir em uma janta mais especial. Já na taça, demonstrou uma cor bem intensa e um aroma extremamente agradável. No sabor foi fantástico! Vinhos de mais qualidade são facilmente percebidos porque o seu sabor é longo na boca e vai sofrendo pequenas alterações enquanto vamos ingerindo. É possível perceber diversos sabores e experiências diferentes. E nisto, este vinho foi muito assertivo. Não é à toa que ele já ganhou diversos prêmios de reconhecimento. Prêmios estes não tão comuns para vinhos do Novo Mundo (neste caso, do Chile).
Mais um vinho memorável! Se puder, coloque este Alexandre para estar na mesa com você!


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Garota eu vou para a Califórnia... com Trinchero!


Já fazia algum tempo que eu estava curioso para provar algum vinho californiano. Havia trazido de uma viagem uma garrafa do Trinchero Family, Syrah, safra 2006.
Os Estados Unidos são famosos por produzir muitas coisas de alta qualidade e inovação. Mas no vinho, foi um pouco diferente. O vinho é bom, mas está longe de ser uma ótima opção. Pelo menos para mim.
Na cor, um tom rubi um pouco mais fechado do que o normal para um Syrah. No nariz, o vinho não tem tanta entrega e já sinaliza que será um vinho com álcool elevado. No sabor, apresenta um bom equilíbrio de acidez e taninos. Mas o seu sabor é mais curto e sem grandes surpresas. Tomei ele sozinho, sem harmonizar com comida. Acredito que irá combinar bem com carnes um pouco mais leves (grelhadas).
Por ter comprado em viagem, acabei não gravando o preço que paguei. Mas já vi por aqui algo em torno de R$ 50,00. Se for isto mesmo, acho alto. Tem outros vinhos melhores por este preço.
Mas no embalo de Lulu Santos, vá à Califórnia, pelo menos aos vinhos de lá!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ainda sobre Icewine - Pericó

O post anterior, sobre Icewine (vinhos feitos de uvas congeladas) rendeu bastantes e-mails me pedindo mais informações. A curiosidade é alta, pois pouco se sabe sobre este processo. Hoje recebi um material explicativo da Pericó, e coloco abaixo na íntegra para compartilhar com meus leitores:


Com as temperaturas bem abaixo de zero antes do sol nascer, nesta madrugada de 28 de junho de 2011, a Vinícola Pericó iniciou a elaboração da safra 2011 do Pericó Icewine. As uvas Cabernet Sauvignon, perfeitamente maduras, estavam congeladas naturalmente a -9º C, quando a colheita foi cuidadosamente feita pela equipe Pericó, a 1.300 m.s.n.m.

Este é o 2º ano em que a Vinícola Pericó registra em seus vinhedos o fenômeno da natureza mais esperado do inverno: o gelo, em condições perfeitas para a produção desse vinho raro. Em 4 e 12 de junho de 2009, com os termômetros marcando -7,5º C, esse sonho se tornou realidade pela primeira vez. O 1º Icewine foi produzido no Brasil em uma ação ousada e pioneira da Vinícola Pericó e lançado em uma data especial, 10/10/10, às 10h10min10seg.

Elaboração
Para elaborar um Icewine – vinho do gelo – é preciso colher as uvas maduras em temperatura inferior a -6ºC. Nessa condição, a água congelada no interior das uvas é separada durante o processo inicial de elaboração, resultando em um mosto rico em açúcares que posteriormente é fermentado lentamente e depois, permanece por alguns meses em barricas de carvalho francês.

A Vinícola Pericó apresentará, em 2012, a 2ª safra do Icewine genuinamente brasileiro, com qualidade equivalente aos tradicionais Icewines produzidos na Áustria, Alemanha, Itália e Canadá, principalmente.

Escolha da uva
Enquanto na maioria dos países produtores de Icewine, como Alemanha, Áustria e Canadá, as uvas são das variedades brancas, na Pericó a eleita foi a Cabernet Sauvignon, escolhida por ser a de colheita mais tardia. É também a única capaz de sustentar seu lento amadurecimento nas parreiras até a chegada das temperaturas negativas do inverno na altitude de São Joaquim (SC), onde se situa a Vinícola Pericó.

No vinhedo o processo também é diferenciado: a poda das videiras é feita pelo método Guyot, com o objetivo de distribuir melhor os cachos e dar maior uniformidade na maturação das uvas. Também é feito um raleio drástico, com descarte de mais de 50% da uva que seria produzida por pé para favorecer a concentração de açúcar.




quinta-feira, 30 de junho de 2011

Icewine - Pericó!

Fazia tempo que eu estava curioso sobre os vinhos tipo Icewine. São vinhos feito a partir de uvas congeladas e propiciam um sabor diferente. Na América do Sul, até agora, apenas a vinícula Pericó de Santa Catarina conseguiu produzir, uma safra em 2009. Portanto, encontrar este vinho é coisa rara. E cara também, diga-se de passagem. Uma pequena garrafa, de 200ml sai por R$ 180,00. É o preço da exclusividade.
Mas o preço não é só pela bebida inédita por aqui. O vinho traz junto todo um kit muito bacana. Uma pequena taça de cristal, um manual sobre o vinho, uma caixa de metal e tudo isto em uma atraente caixa um pouco maior. Diminui um pouco a sensação de ser caro, mas ainda assim não torna o produto acessível.
Os vinhos tipo Icewine são famosos no Canadá e são vinhos produzidos a partir de uvas colhidas a graus negativos e congeladas naturalmente. E é aí que está a graça do vinho.
Ao abrir a garrafa, a primeira análise é da cor. Não muito atraente, um vermelho tom de terra. No aroma, uma percepção diferente. Meu pai que estava conosco no momento desta descoberta, achou que o aroma lembrava beterraba! Putz, ô pai, isso é coisa que se faça? Aquilo não saiu mais da minha cabeça e acabei encarando o vinho imaginando a beterraba!!! Tirando esta questão exótica, percebe-se que é um vinho muito menos frutado do que a maioria dos vinhos mais doces. No sabor, a surpresa ficou abaixo do que esperávamos. Não estou querendo dizer que o vinho é ruim, pelo contrário, é um bom vinho. Mas a expectativa estava alta. Nós todos que tomamos, gostamos de vinhos de sobremesa (Late Harvest) e na nossa avaliação, o Icewine é inferior. Ele é menos doce, por isso talvez agrade muito aqueles que gostam de um vinho de sobremesa, mas consideram os Colheitas Tardias muito adocicados. Na realidade, este Icewine ficou entre um Late Harvest e um Vinho do Porto, tanto na cor quanto no sabor. Pela alta exclusividade, vale a pena provar! Quem gosta de vinho, tem que conhecer.
Mas ainda assim, R$ 180,00 é caro, pelo menos na minha avaliação de custo x benefício.
Fiquei sabendo que nesta semana, a Pericó conseguiu colher uvas a seis graus negativos e anunciou que teremos um Icewine 2011.
Gosta de coisas diferentes? Não deixe de conhecer o Icewine, mas tente esquecer a beterraba!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Um ótimo. Outro nem tão ótimo assim!

Final de semana na praia. Friozinho e chuva. Ótimo cenário para degustar novos vinhos.

Pedi no twitter para os seguidores do @vinhosmisterio, se alguém tinha alguma dica para dar. Recebi da galera do @enotrip uma indicação e fui atrás do mesmo. Foi fácil de encontrar o Trapiche Broquel Bonarda 2007. No supermercado comprei por R$ 38,00. Um bom preço. O vinho é Argentino, produzido na cidade de Mendoza. A cor é bonita, um vermelho vibrante. No cheiro, um agradável aroma de frutas vermelhas. No sabor, uma ótima surpresa. Um vinho de fácil percepção de tons adocicados, levemente achocolatado e um pouco defumado. Um sabor longo e intenso. Um ótimo equilíbrio de taninos e acidez. Um vinho que deve agradar à muitos paladares, onde percebe-se uma boa qualidade. Por curiosidade, descobri que a palavra "Broquel" significa escudo e proteção a uma família.





O segundo vinho que abrimos foi um AGNVS Merlot 2007, produzido em Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. Ganhamos este vinho em um hotel que nos hospedamos em Gramado e ficamos curioso para provar principalmente pelo seu local de produção. Fazia tempo que eu não tinha uma experiência desagradável com um vinho, mas este infelizmente não permitiu uma boa experiência. O aroma do vinho não entrega nada. Seu sabor é curto e sem surpresas. Tem uma acidez um pouco acima do aceitável e o sabor chega a lembrar um suco de uva. É um vinho que não passa por madeira e talvez por isso não consiga evoluir na sua qualidade. Não chega a ser um vinho ruim, mas sua falta de entrega e qualidade deixa espaço para que a gente opte por outros rótulos, afinal, a variedade atual de vinhos à disposição não nos permite ficar tomando vinhos que não agrade, concorda?

domingo, 12 de junho de 2011

Thomas Hyland e Monte Velho

Embora não tenha tomado estes dois vinhos na mesma noite, estou escrevendo este post com estas duas positivas surpresas.

Começo pelo Australiano Thomas Hyland, Syrah 2004. Um vinho bonito na sua cor, uma aroma "normal"(sem grandes surpresas), mas com um sabor muito agradável. Leve como a maioria dos vinhos da uva Syrah, mas ao mesmo tempo saboroso. Provei na casa de amigos que viajarão e trouxeram de fora. Acredito que este vinho não seja tão fácil de encontrar aqui no Brasil. Eu nunca tinha visto. Uma novidade interessante. Percebe-se um sabor frutado, mas em uma boa dose, pois não chega a ficar exagerado e/ou adocicado, ficando um gosto provocativo no seu equilíbrio com os taninos.









O outro vinho que provei foi o Português Monte Velho. Este já fazia algum tempo que estava de olho, visto que vinhos Portugueses sempre foram meus preferidos. É um vinho da região do Alentejo, safra 2009, e apresentou uma excelente relação custo x benefício. Um vinho na faixa de R$ 60,00 no restaurante. É possível perceber um leve gosto de madeira e um pequeno sabor "defumado" que dá ao vinho um gosto diferente. Uma coisa interessante deste vinho, é que é facilmente encontrado em tamanho meia garrafa (375ml) em muitas cartas de vinho. O que as vezes, é um tamanho agradável para uma refeição mais curta ou com poucas pessoas.
Da Austrália à Portugal, ficam duas excelentes dicas!

domingo, 22 de maio de 2011

Entrevista: Vinhos da Campanha!*



Em Porto Alegre, o Bairro Floresta foi o local escolhido para a apresentação de 10 das 16 vinícolas existentes hoje na região da Campanha, no último dia 17. No excelente evento, organizado pela enóloga Maria Amélia Duarte Flores,, da Vinho  e Arte, na churrascaria Na Brasa, foram degustados os produtos das vinícolas Almaden, Cordilheira de Santana, Dunamis, Guatambu, Fortaleza do Seival, Santa Colina, Routhier & Darricarrère, Don Pedrito, Campos de Cima e Peruzzo. A qualidade dos vinhos dessa nova fronteira do vinho brasileiro chamou a atenção do elevado número de profissionais do ramo que compareceram à apresentação. Para falar mais sobre essa nova realidade do vinho nacional, entrevistamos a enóloga Gabriela Potter, da Vinícola Guatambu:

Vinhos Sem Mistério -  Como surgiu a visão da indústria vinífera na região?



Gabriela - O potencial da região da Campanha para produção de vinhos foi identificado na década de 1940, quando o professor norte-americano Harold Olmos, da Universidade de Davis, da Califórnia (USA), veio à região e mostrou que ela era uma das melhores para o cultivo de viníferas nobres do mundo. Na década de 1970, estudos mais detalhados, referenciados pela mesma universidade de Davis, mas com participação de técnicos brasileiros do Instituto Agronômico de Pelotas (RS) e da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul , comprovaram que a Campanha tem características de clima e solo muito adequadas à vitivinicultura, e deram as bases para experiências do grupo multinacional National Distillers, em Livramento, onde eles fundaram a Almaden, em 1973.
Vinhos Sem Mistério - A campanha gaúcha é a nova Califórnia no mundo do vinho?
Gabriela -      A Campanha Gaúcha será a nova Califórnia no mundo dos vinhos num futuro próximo, de aproximadamente 5 anos. Muitas vinícolas estão investindo e se desenvolvendo na região. O enoturismo também será alavancado. A Guatambu Estância do Vinho, por exemplo, será inaugurada em 2012 com área construída de 2.900m², com uma grande área voltada ao turismo, como espaço gourmet, auditório e museu. Pretendemos mostrar ao apreciador de vinhos a cultura do pampa gaúcho também.
A região apresenta déficit hídrico no verão e alta insolação, justamente durante o período da maturação das uvas, favorecendo a acumulação de açúcar nos frutos e a maturação dos polifenóis, resultando em maior qualidade nos vinhos. O clima apresenta amplitude térmica (diferença entre a temperatura do dia e a da noite) superior a 12° C, fator importante para a boa maturação da uva. Está situada no Paralelo 31, o mesmo no qual, em outras regiões do Hemisfério Sul, se elabora alguns dos grandes vinhos: Santiago, no Chile; Mendoza,na Argentina; Stellenbosch, na África do Sul; e Nova Gales do Sul, na Austrália.

Vinhos Sem Mistério - Qual o diferencial mercadológico dos nossos vinhos? 

Gabriela -     Assim como é o povo brasileiro (miscigenado, alegre e descontraído), nossos vinhos expressam toda esta diversidade: produzimos vinhos nos diferentes climas que nosso país possui: desde o Vale do São Francisco, no Nordeste, onde o clima é tropical, não havendo frio, passando pela região serrana de Santa Catarina e a tradicional Serra Gaúcha, até a região da Campanha, com seu clima espetacular para vinhos finos, como já falei anteriormente. Na minha opinião, o diferencial mercadológico dos nossos vinhos será justamente esta diversidade e também o fato de produzirmos vinhos mais frutados e fáceis de beber, descomplicados.

Vinhos Sem Mistério - Na competição com importados, há um conceito de que somos bons em espumantes e vinhos brancos mas  não em tintos. Como você analisa isso?

Gabriela -     Esta cultura foi estabelecida no passado, mas atualmente as vinícolas brasileiras estão sabendo explorar melhor cada terroir e investindo muito em tecnologia e conhecimento, e o resultado destas grandes melhorias já está sendo reconhecido, através de várias premiações internacionais que os vinhos brasileiros vem conquistando. A Serra Gaúcha descobriu e consolidou a sua vocação para espumantes, pois devido ao clima úmido, este é o melhor produto que a região pode expressar. Com relação aos vinhos tintos, a Campanha Gaúcha apresenta o clima ideal para as uvas tintas, que apresentam ciclo mais longo que as brancas, permitindo que elas sejam colhidas com a maturação completa. Por isso nossa região está produzindo grandes vinhos tintos, macios e encorpados, sejam eles mais frutados ou mais amadeirados. Os conhecedores do mundo do vinho já sabem disso, agora o maior desafio é massificar esta imagem, que leva algum tempo, mas chegaremos lá e surpreenderemos.

Na foto, da esquerda para direita: Isadora, Nara e Gabriela, proprietárias da Guatambu.



*Este texto foi escrito por Paulo Renato Rodrigues, Economista e Blogueiro do ZH Moinhos.

sábado, 14 de maio de 2011

Descobrindo o Maycas del Limari

Na última noite, aconteceu algo interessante ao escolher um vinho na minha adega. Por infelicidade, não fotografei para mostrar aqui no blog, mas vale a pena o relato. Depois que escolhi a garrafa, cortei a cápsula em cima e notei que a rolha estava levemente saltada para fora. Isto é um indicador que o vinho pode não estar bom. Algo dentro dele provocou uma pressão (gás) maior do que o normal. E foi o que comprovei quando abri. Vinho amargo!!! Uma pena, afinal tratava-se de um vinho Francês, que acabou indo todo fora, pois realmente não tinha como beber.

Partindo para uma segunda escolha, resolvi abrir um vinho que eu havia comprado de curioso. O nome é Maycas del Limari, Chileno, Reserva Especial, safra 2008 da uva Syrah. A garrafa, de ombros "afeminados" já indicava que seria um vinho leve. A cor é intensa, um rubi escuro, típico de vinhos mais robustos como o Tannat, por exemplo. Mas o sabor super equilibrado e realmente leve. Também foi possível perceber que este Syrah era menos frutado que a maioria dos produzidos no Chile. Um sabor prolongado, que no final apresenta um toque de chocolate e gosto tostado.
O vinho é produzido em um vale chamado Valle del Limari, no nordeste de Santiago, próximo ao oceano pacífico, e no seu contra-rótulo vende a idéia da influência das brisas do oceano nas suas uvas. Realmente deve ser verdade, afinal, na minha opinião, foi o melhor Syrah Chileno que já tomei.

domingo, 8 de maio de 2011

Dois Montes: Alpha e das Servas!

Final de semana e o frio chegando! Um ótimo cenário para degustar bons vinhos!
Neste final de semana, tomei duas garrafas especiais. Ambas eu já conhecia mas ainda não tinha comentado aqui no blog.

O primeiro foi um Montes Alpha, Carmenére, 2008, Chileno. Este vinho foi apresentado para mim pelo meu amigo (e enófilo - apaixonado por vinho) Rafael. É um vinho da vinícula Montes, que é uma produtora super reconhecida, no mundo todo, e a uva Carmenére é a uma típica (e famosa) do Chile. Um vinho bem concentrado, com sabor longo, e um tom frutado leve o suficiente para se tornar um sabor super agradável. É um vinho caro no Brasil, mas a sua qualidade, tonalidade de cor, cheiro (bouquet) e profundo sabor compensam o seu preço. É um vinho que deve ser apreciado por quem já conhece vinhos, e que possa dar o devido valor.








Depois, para completar, provei uma meia garrafa de um vinho Português chamado Montes das Servas, Escolha, 2007, da região do Alentejo. A expressão "Escolha" para os Portugueses, é como a nossa expressão "Reserva", e este vinho foi produzido em uma das regiões mais famosas de Portugal, o Alentejo. É um corte das uvas Trincadeira, Aragonez e Touriga Nacional, todas as clássicas uvas deste país. Uma coisa interessante, é que quase todos os vinhos Portugueses possuem uma leve sensação de gás, o que torna o vinho diferente dos demais. É um vinho de sabor um pouco mais curto, mas ainda assim super agradável e equilibrado.
Do Chile à Portugal, fica a dica!

domingo, 1 de maio de 2011

Carmenére, a uva do casal!


A convite de um casal muito querido de amigos, o João Batista e a Angelita, fomos de forma repentina parar em um restaurante para uma janta descontraída de sexta-feira.
Já comentei outras vezes aqui neste blog, que a proposta dele não é falar de restaurantes. Porém, toda vez que o restaurante acaba sendo muito surpreendente e envolvente na temática do vinho, sou obrigado a citar!
Digo isto, pois fomos mais uma vez na Vinum, que já escrevi uma vez sobre este fantástico lugar (http://vinhossemmisterio.blogspot.com/2011/01/buffet-de-vinhos.html).

Fui o primeiro a chegar no restaurante e tive uma grata surpresa. Estava acontecendo um evento de degustação e como conheço o pessoal da casa, fui convidado para me juntar com a “turma” e conhecer os vinhos da vinícula Campos de Cima. Para começar, trata-se de uma vinícula da cidade de Itaqui, do interior do RS, próximo a fronteira com a Argentina. Experimentei alguns vinhos e destaca-se o Ruby Cabernet 2008. Esta é uma uva difícil de ser encontrada, é fruto de uma combinação da Cabernet Sauvignon com a Carignan. A surpresa foi muito positiva. O vinho é agradável, muito equilibrado e com um destaque especial para seu buquet e sua coloração. Depois pude provar o Tannat deles, que considerei muito melhor do que a grande maioria dos Tannats que já tomei. Não sabia que o Brasil estava produzindo bons vinhos desta uva. Não conhecia a região e menos ainda a vinícula. Valeu a pena esta descoberta. Em breve terá venda on line!
A segunda boa surpresa foi que conhecemos um novo casal, que acompanharam os amigos que nos fizeram o convite, o Sérgio e a Mari. Assim, formamos um time de seis apaixonados por vinhos e começaria ali um excelente rodízio de vinhos!

Começamos a nossa rodada de vinhos com uma célèbre frase do JB, que definiu que o vinho de uva carmenére é o “vinho do casal”. Ele definiu assim, pois a carmenére agrada aos paladares femininos e também aos masculinos. Uma boa definição! Um brinde à frase e seguimos em frente!
Também por indicação do JB, conheci o Domaine Conté, obviamente Carmenére, safra 2008. Um vinho Chileno, do Valle Cachapoal. Boa frase, e bom vinho! De fato harmonizou super bem com as entradas e com o nosso bate papo. Abriu os nossos sentidos para o vinho e todos na mesa concordaram que se tratava de uma excelente escolha. Não lembro ao certo o preço, mas era algo na faixa de R$ 60,00, isto no restaurate. Um vinho produzido em um vale bem famoso no Chile, que possui grandes vinículas, como a Santa Ema que falaremos mais abaixo.. É um vinho com uma acidez um pouco mais amena que o padrão do Chile, e por isso nos agradou tanto. O sabor é bom e longo, levemente frutado e uma presença bem equilibrada da presença dos taninos. Um vinho leve, mesmo tendo quase 14% de álcool.






O segundo vinho foi o Perpetuum Premium, Malbec 2008. Também um ótimo vinho, principalmente por ser um Malbec de uma forma não tão agrassiva ao nosso paladar, como é possível encontrar facilmente na Argentina. Este vinho também é Argentino, de Mendoza e foi o vinho que escolhemos para harmonizar com os pratos. Mas não vou falar muito dele, pois o post de hoje é uma homenagem ao Carmenére, o vinho do casal!








Para fechar, e esticar a nossa conversa, voltamos para o Carmenére. Desta vez foi uma indicação do sommelier. Chegou na nossa mesa o Santa Ema, Chileno, Reserva Carmenére Barrel Select 2007. Para começar, nos explicaram que este vinho tem uma espécie de lenda. Dizem que após o segundo gole, devemos fazer um pedido, e ele se realizará! Não acredito nas bruxas, mas como elas existem, resolvi também fazer o meu pedido: continuar tomando bons vinhos com bons amigos por muitos e muitos anos! Não sei se era porque já estávamos com um certo nível de álcool no sangue, mas gostei muito deste vinho, que é composto por uma bonita tonalidade da cor ruby, um bom aroma e um final frutado que deixa um ótimo gosto na boca.
Encerramos a noite! Um brined aos vinhos! Um brinde aos amigos!

sábado, 30 de abril de 2011

Degustando o Maderos em José Ignácio


Sempre defendi aqui no blog que vinho não é apenas a bebida em si. Um bom vinho precisa estar acompanhado de um bom lugar, uma boa energia e boas pessoas. Com certeza um ambiente favorece qualquer vinho a ficar muito mais saboroso.
Eu e minha esposa somos fã de Punta Del Este (Uruguai) e região. Nesta páscoa resolvemos ir para José Ignácio, uma cidade extremamente charmosa e 20km próximo de Punta. A proposta foi de tirar alguns dias de total silêncio, cheiro de grama, luau, uma boa música, barulho de lenha queimando e é claro, bons vinhos. Toda vez que fomos para o Uruguai, tivemos a grata felicidade de provarmos bons vinhos. E desta vez não foi diferente.
Porém, ao contrário de outras viagens, vou postar aqui somente um vinho que experimentei neste último feriadão.
Seguindo a sugestão de outros blogueiros, fomos juntar na beira de praia de José Ignácio, em um restaurante chamado La Huella e fica literalmente na areia. Uma noite fria, de lua cheia e céu estrelado. Ambiente extremamente agradável.
Como dito antes, em uma situação destas, muitos vinhos seriam maravilhosos. Mas ainda assim, resolvemos conversar com o sommelier da casa e pegar alguma dica. Fazíamos questão que fosse um vinho Uruguai, para ficar no clima da viagem.

E foi desta forma que fomos apresentados ao Maderos, da Bodega Los Cerros de San Juan. Eu havia comentado com o sommelier que não costumamos gostar de vinhos muito “pegados”, ou encorpados como prefere dizer os mais entendidos. Somos fãs de vinhos mais leves. O Uruguai é internacionalmente conhecido pelos vinhos de uva Tannat, mas queríamos justamente conhecer algo novo e mais leve. A garrafa que tomamos do Maderos era de uva Pinot Noir, uma das uvas favoritas no nosso gosto. Safra 2006. Que vinho bom!!! Pagamos, no restaurante, o valor de R$ 45,00 e a relação custo benefício foi ótima. Vinho super equilibrado de acidez, gosto longo, sem excesso de carvalho e aquele gostinho no final que é típico dos Uruguais (amaderado, mas levemente florado).
Se for a Punta del Este, não deixe de visitar José Ignácio. Se for a José Ignácio, não deixe de jantar no La Huella. Se for no La Huella, não deixe de tomar o Maderos!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Degustação de Nieto Senetiner*



A importadora Porto a Porto deu mais uma demonstração de competência no mundo do vinho, ao promover, na última sexta-feira, 15,  a apresentação dos vinhos da Bodega Nieto Senetiner. O evento realizado no restaurante argentino La Pampa contou com as presenças de Pedro Correa de Oliveira – diretor da Porto a Porto – Roberto Gonzáles – enólogo da Nieto  –, Tommy Hughes – diretor da Nieto -  além de clientes e  jornalistas.


Foram apresentados os vinhos Cadus Syrah 2002 e Cadus Malbec 2008



Bodegas Nieto Senetiner apresenta a linha CADUS 


O nascimento da marca de vinhos CADUS remonta ao ano de 1995, momento em que os vinhos super concentrados da Toscana causaram verdadeiro furor no mundo, devido denominação super toscanosNa Bodegas Nieto Senetiner, de reconhecida descendência italiana, este modelo foi aplicado com o suporte de Alberto Antonini, enólogo e consultor internacional italiano, que sei uniu à equipe dirigida por Roberto Gonzáles (enólogo chefe) e Tommy Hughes (diretor agrônomo) que estiveram em Porto Alegre para a apresentação da linha Cadus na última sexta-feira. O encontro aconteceu no restaurante La Pampa e contou com a presença de Pedro Corrêa de Oliveira, diretor da Porto a Porto. 


Cadus significa vasilha em latim, elemento utilizado na antiguidade para guardar pequenas parcelas de vinho. Em sua colheita de estreia, em 1999, Cadus soube se posicionar nos mais relevantes pedestais do mundo do vinho, ao ser considerado Revelação do Novo Estilo de Vinho na Argentina, crítica relevante assinada pela Master of Wine do mundo vitivinícola europeu, Jancis Robinson.


Por todos estes motivos, a linha Cadus representa a elegância e sofisticação de vinhos tranquilos e espumantes da Bodegas Nieto Senetiner. Indicado para amantes de vinhos, que possuem paladar exigente, Cadus valoriza a trajetória da vinícola e posiciona-se como um clássico, repleto de personalidade.

O chef Ricardo Sabbado do restaurante La Pampa preparou um cardápio especialmente para o evento que contou como Entrada: Mesclun de folhas da estação com lâminas de damascos e castanhas de caju. Bastonetes de palmito pupunha em redução de aceto balsâmico. Harmonizado com Espumante Nieto Senetiner Brut Nature; 





Primeiro Prato: Conchiglioni recheado com mousseline de presunto parma ao molho cremoso de gruyére. Harmonizado com vinhos Cadus Syrah 2002 e Cadus Malbec 2008; Prato Principal: Entrecot de angus argentino com risotto de funghi porcini ao molho de mostarda ancienne harmonizado com os vinhos: Cadus Malbec 2007 e Grand Vin Cadus 2008. 


De sobremesa: Crepe de doce de leite com vinho licoroso também da Nieto Senetiner: Don Nicanor colheita tardia. 






Sobre a linha Cadus Single Vineyard
Primeira colheita: 1996
Potencial de Guarda: 10 anos
Variedades: Malbec (todos os anos), Cabernet Sauvignon e Syrah (quando a qualidade das uvas permite).
Prêmios: Decanter World Wine Awards 2008: Gold Medal (Trophy) - Cadus Malbec 2004 | Argentina World Wine Awards 2008: Gold Medal - Cadus Malbec 2004.
Pontuações:
Robert Parker - Wine Advocate: 92 pontos Malbec 2006.
Robert Parker - Wine Advocate: 92 pontos - Malbec 2004.
Wine Enthusiast: 90 points - Cabernet Sauvignon 2003; 92 pontos - Malbec 2002; 91 pontos - Syrah 2002; 92 pontos - Malbec 2000 Estiba 39.
Wine News: 91 pontos - Malbec 2000.
Wine Spectator: 91 pontos Malbec 2004; 90 pontos - Malbec 2002.
Stephen Tanzer - International Wine Cellar: 91 pontos - Cabernet Sauvignon 2003; 90 pontos - Malbec 2000 Estiba 39; 92 pontos - Cabernet Sauvignon 2002.

*Este texto foi escrito por Paulo Renato Rodrigues, Economista e Blogueiro do ZH Moinhos.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pesquisa impressionante!

Recebi esta pesquisa do meu amigo Marcelo Santos e resolvi compartilhar aqui no blog!


Vinhos mais baratos podem ter o mesmo efeito em termos de paladar que garrafas mais caras, segundo um estudo britânico.

No total, 578 pessoas participaram de uma degustação às cegas durante o Festival de Ciência de Edimburgo, na Escócia, e só na metade dos casos conseguiram identificar quais eram os vinhos caros e quais eram os mais baratos.
Eles experimentaram diversas variedades de vinhos tintos e brancos com preços menores que 5 libras (R$13) e outras safras consideradas superiores vendidas a preços entre 10 e 30 libras (R$ 26 e R$ 78). Na degustação, também havia garrafas de champagne de 17 libras (R$ 44) e de 30 libras (R$ 78).
Os participantes tinham de dizer, então, quais eram os vinhos baratos e quais eram os caros. Mesmo sem saber a resposta, eles teriam 50% de chance de acertar. E foi exatamente isso o que aconteceu.
A conclusão, para os pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, é que muita gente não consegue distinguir os vinhos pelo paladar e pode estar pagando mais caro apenas pelo rótulo.
"Estes resultados são impressionantes. As pessoas não conseguiram notar a diferença entre vinhos caros e baratos, então nesse momento de dificuldades financeiras a mensagem é clara: os vinhos baratos que testamos tinham um gosto tão bom quanto as garrafas caras", disse o psicólogo Richard Wiseman, que conduziu o estudo.


É por este motivo, que eu sempre recomendo que só gaste com vinhos caros, quando conseguir dar o devido valor!