sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Vinhos Uruguaios em Punta del Este

Sempre acreditei que vinho em boa companhia, em bons lugares e em bons momentos, sempre será um grande vinho!
Eu e minha esposa passamos alguns dias na encantadora cidade de Punta del Este, e a nossa proposta foi experimentar apenas vinhos Uruguaios.

Começamos por um Cata Mayor, Reserva 2008, Pinot Noir. Já tomamos ele em um charmoso restaurante na beira mar da cidade. Por incrível que pareça, em pleno dezembro, era uma noite bem fria. algo em torno dos 15 graus e isto ajudou a termos um bom momento com o vinho. Achamos o vinho com sabor acentuado da presença do álcool, mesmo depois de respirar algum tempo. O vinho é bom, e o preço é por volta dos R$ 40,00 no restaurante. Mas não chegou a ser uma grande experiência. Também consideramos muita presença de tanino para um vinho Pinot Noir.

No outro dia fomos na famosa Casa Pueblo. Lá tomamos um vinho branco chamado San Juan Fiesta, Riesling Sauvignon. Foi um vinho agrádavel, mas simples. O preço também era simples (algo em torno de R$ 25,00). Sabor frutado, mas com muito gosto clássico de uva, o que dá uma sensação de vinho de menor qualidade. O que ajudou foi o ambiente e a vista!!!!

Depois a experiência seguinte foi ótima. Jantamos em um restaurante na cidade de José Ignácio (20km de Punta del Este), em um lugar chamado Marismo, onde comemos com pé na areia, com fogueiras em volta, e lua cheia para completar a noite. O vinho jamais iria ficar ruim!!! Provamos o famoso Doña Paula, Malbec, 2007. Um vinho bastante harmonioso, principalmente com as carnes vermelhas que comemos. Para um Malbec, estava na medida com relação a sua acidez, taninos e sabor em geral. Uma ótima dica, visto que o preço também fica na faixa ros R$ 40,00 no restaurante.

Dando sequência no nosso tour de vinhos Uruguaios, não poderíamos deixar de provar o Don Pascual. Como era meio dia, e estávamos na beira da praia, optamos por experimentar o vinho em um drink, o Clericot. O vinho era um Chardonnay Viognier, 2009. Esta combinação já parecia perfeita. Eu já havia tomado esta uva, Viognier, e gostado muito. Resolvi dar um pequeno gole antes de "virar" Clericot e depois comparar com o efeito que as frutas dão para a bebida. Fantástico. Um vinho branco de ótima qualidade. O valor dele é aproximadamente R$ 50,00 no restaurante. O sabor é ótimo. Frutado. Leve. Na combinação com as frutas, ficou também excelente. Fica aí uma ótima sugestão de vinho branco. Vale a pena!

O próximo "eno-encontro", foi em uma das experiências mais legais que vivemos em Punta del Este. Vale a pena ir assistir ao pôr do sol em um restaurante chamado Al Mar. Fica dentro do hotel Serena, e é fantástico. O lugar é ótimo, o clima, o atendimento, a decoração e... o pôr do sol!!!! Para brindar este excelente presente da natureza pedimos uma Chandon Brut. Não costuma muito ser o nosso tipo preferido de espumante, mas esta tinha tudo para dar certo. E foi o que aconteceu. Sabor agradável, sem ser seca de mais e sem perder o sabor frutado que, na minha opinião, as espumantes jamais devem perder.

E por fim, fomos em um restaurante chamado Saravá, também na cidade de José Ignácio, e também em clima de pé na areia e fogo de chão. Lá o sommelier da casa nos ajudou. Indicou um vinho Uruguaio chamado Don Próspero, Tannat, 2008. Havíamos comentado que embora os Tannats são os vinhos tradicionais do Uruguai, não são tanto o nosso estilo, por serem fortes demais. Ele então sugeriu este Tannat por ser diferente. Já no rótulo podemos ler o que o sommelier explicou: feito por maceração orgânica. Confesso que falo mal espanhol e não entendi direito o que exatamente é isso!!! Hehe!!! Mas pude entender, e conferir, que torna o vinho mais leve e mais frutado. Foi o melhor vinho tinto que tomamos nestes dias no Uruguai. Sabor ótimo e acidez baixa. Foi muito boa a dica! Falta agora descobrir o que é exatamente este processo e entender melhor. Mas a dica do vinho tá aí... Muito bom!

Buenas... tudo mucho bárbaro!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A polêmica sobre o vinho verde!*


A maioria dos participantes da degustação promovida pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, no dia 29 de novembro de 2010, no Plaza São Rafael, teve uma surpresa. No evento, o enólogo português António Cerdeira e o crítico e especialista brasileiro de vinhos, Marcelo Copello, garantiram que o vinho é assim denominado “porque a região onde é produzido, no Minho, é muito verde e sua área folhear é a maior do mundo, perdendo-se no horizonte”. O Minho localiza-se no extremo noroeste de Portugal, limitado ao norte pelo rio Minho, fronteira natural com a Espanha; ao sul pelo rio Douro e as serras da Freita, Arada e Montemuro; a leste pelas serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão, e à oeste pelo Oceano Atlântico.
O meu amigo Danilo Ucha, do conceituado blog Cordeiro & Vinho e presente à degustação, considerou a explicação meio insossa. “Confesso que esperava mais, queria mais lenda, mais mistério.” O que se sabia até então é que o vinho verde tem esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquidos cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação.
Confirmando essa tese, na Wikipédia escreve Luís Lopes, editor da revista de vinhos de Portugal: "tudo indica que, efectivamente, o nome vinho verde, que já vem do século XIX, se deve precisamente ao facto da conjugação do clima e das antigas técnicas de viticultura locais (vinhas exuberantes, conduzidas em altura e profusamente regadas pela água das hortas) condicionarem a maturação das uvas. Ou seja, esses vinhos chamaram-se Verdes porque eram efectivamente feitos de uvas verdes. Tanto que, a legislação vitivinícola portuguesa de 1946 dividia os vinhos nacionais, precisamente, entre "verdes" e "maduros". (...) Hoje, na sua maioria, é uma região de viticultura moderna, com castas de grande qualidade (Alvarinho, Loureiro, Avesso, por exemplo), e uvas que atingem o ponto de maturação ideal." E também hoje, na região do Vinho Verde, as pessoas referem-se aos outros vinhos como vinho maduro".
Para esclarecer o assunto, entrei em contato com Marcelo Copello, a quem conheci recentemente em Porto Alegre, no evento Vinho & Cinema, promovido pela Importadora Porto a Porto. Veja a opinião desse especialista, que,  além de ser considerado internacionalmente como o maior especialista brasileiro, é o único a possuir uma coluna de vinhos na Europa: - “Caro Paulo Renato, a afirmação não é minha, é da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), o órgão máximo do Vinho Verde (que foi quem me convidou para a palestra em POA), e apoiada pelos principais autores portugueses, como JP Martins, J Afonso e A Saramago. A Wikipédia para variar está errada, esta não é uma boa fonte de consulta, pois escreve-se o que quiser lá e uma informação errada se propaga. As uvas não são verdes, alcançam  a maturidade que é possível alcançar com o clima chuvoso do Minho, que no geral proporciona vinhos mais para acídulos do que para alcoólicos. Hoje em dia, com o aquecimento global e técnicas mais modernas de viticultura, é possível provarmos brancos do Minho, com muito  corpo e álcool, nada “verdes”.”
Como diz o matuto catarinense em situação de apuro: “Pois e agora...?”

*Este texto foi escrito por Paulo Renato Rodrigues, Economista e Blogueiro do ZH Moinhos.
** Foto: Luciana Zotz

domingo, 5 de dezembro de 2010

Canepa Branco e Cadouços Tinto

Fazia já algumas semanas que não saíamos para um jantar em grande estilo gastronômico, daqueles que fica-se horas e combina-se pratos diferentes com vinhos desconhecidos. Adoro isso! E já estava com saudade.
Sábado a noite é dia perfeito para isso! Eu e minha esposa fomos jantar com um casal de amigos em um dos nossos restaurantes favoritos em Porto Alegre, o Umberto. Quem não conhece, vale a pena! Joga lá no Google que você acha!

O jantar é um menu degustação harmonizado. São cinco pequenos pratos no total. Para os primeiros, tomamos um branco Chileno chamado Canepa, da uva Viogner, safra 2005. Fazia meses que estava interessado em provar esta uva. Desde que eu havia assistido em um programa de TV uma reportagem sobre a Viogner, estava curioso pelo dia em que seríamos apresentados! E foi neste sábado! Muito bom... muito bom mesmo! É um vinho robusto, não chega a ser leve, mas está longe de ser um vinho pesado. Como nos disse o Chefe Michel, é um vinho entre o Chardonnay e um Sauvignon Blanc. Mesmo sendo uma safra já um pouco "antiga" para vinho branco, a experiência foi ótima.






Chegou a vez das carnes e aí continuamos seguindo a dica do Chefe e conhecemos o Português Cadouços Natur 2007, das uvas Aragonês, Touriga Nacional e Merlot. Sou suspeito de falar dos vinhos Portugueses, pois estão na lista dos meus favoritos. E mais uma vez isto se confirmou. O vinho é sensacional. Surpreendeu positivamente à nós quatro! Todos gostamos e lamentamos que o vinho acabou "rapidamente". A presença da uva Aragonês tornou o vinho com a sensação de gás, bem leve. Não chega exatamente a ser gás, mas a acidez da uva causa esta sensação, o que torna o vinho diferente. Um ótimo equilíbrio entre a acidez e a presença dos taninos vindos do carvalho. Mais uma vez uma ótima dica Portuguesa!

Sábado à noite... do Chile à Portugal em algumas taças! Tim-tim!

Valduga 130 anos

Estes dias estive em um evento e conheci esta espumante que chama atenção pelo nome. Valduga Brut 130 anos. Mas... 130 anos? Não entendi!
Chamei o sommelier que nos explicou que é uma espumante comemorativa ao aniversário de 130 anos da Casa Valduga, vinícula que fica no Rio Grande do Sul.
Trata-se de uma espumante brut, que não é a minha favorita, mas que pela proposta valia a pena experimentar. Não sei se é mesmo verdade, mas me disse o sommelier que é uma espumante que fica em barril de pedra por 5 anos. Nunca tinha escutado sobre barril de pedra, mas achei interessante.
O sabor é bom. Fica difícil opinar sobre um tipo de bebida que eu nunca gostei (espumantes muito secas), mas devo reconhecer que era fácil perceber que a espumante tinha qualidade. Um bom equilíbrio dos gases da bebida, com sua acidez e seu sabor. Minha esposa e um casal de amigos que estavam conosco adoraram. Preferi ir para um vinho tinto...
Vale a dica para conhecer algo diferente. E se alguém puder me confirmar se esta informação sobre barril de pedra é verdadeira, me avise!!!