sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Haja coração! Parelelo 31 do Galvão Bueno.

Desde que o Galvão lançou a sua linha de vinhos em parceria com a Miolo, eu fiquei curioso para provar. Ainda não é muito fácil encontrar as suas garrafas. Ele lançou dois tipos de vinho. O espumante Bueno Cuvée Prestige e o tino Bueno Paralelo 31, que será comentado hoje aqui no blog.
Mas antes de falarmos da experiência com o vinho em si, vale algumas curiosidades. A Vinícula Bueno Bellavista Estate está localizada na Campanha Gaúcha, no paralelo 31, que já é famoso por ser uma faixa que produz ótimos vinhos ao redor do mundo, como Austrália, África do Sul, Chile e Argentina. Os seus vinhos levam a assinatura do famoso winemaker francês Michel Roland e conta com todo o apoio dos enólogos do grupo Miolo, além da presença do próprio Galvão Bueno que fez questão de acompanhar todo o estudo.
Experimentei o Paralelo 31. Um vinho na faixa de R$ 70,00 no varejo. Uma garrafa bonita, rótulo com design muito elegante que destaca o autógrafo do Galvão Bueno e um símbolo de cavalo, que pelo que entendi faz uma referência à região da campanha gaúcha. O vinho em si é um assemblage das uvas Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Petit Verdot (10%), que ficou 12 meses em barris de carvalho francês.

Para degustar este vinho, fiz uma proposta diferente. Resolvi compartilhar com meu grande amigo, e entendido de vinho, Rafael. Mas para dar graça a brincadeira (digo brincadeira pois a minha proposta sempre foi de tomar vinho de forma descomprometida com regras e etiquetas), resolvi tirar o rótulo, contra-rótulo e cápsula da garrafa e levar para a janta sem qualquer tipo de identificação, e aí debatermos sobre o vinho. Este tipo de “teste cego” é sempre muito interessante, pois nos força a refletir mais sobre a bebida.
A proposta do vinho, pelo que li, era trazer algumas características dos vinhos franceses. No aroma e no visual do vinho, acredito que tenham conseguido. Um cheiro bem atraente, bastante leve e frutado. O visual é, como chamam os enólogos, de corpo médio. Ou seja, nem tão claro (rosado), nem tão denso e escuro (encorpado), exatamente como os franceses. Uma dica que li estes dias é que ao inclinar o copo em 45 graus, o vinho forma uma espécie de "unha", que seria uma espécie de borda da bebida dentro do copo. Quanto mais clara esta “unha”, maior a probalidade do vinho ser leve.
E foi o que aconteceu. O vinho é extramente harmonioso, muito equilibrado. Não tem a sensação de “trava língua” como muitos vinhos nacionais. Um sabor agradável, onde é possível perceber a presença dos taninos no sabor do carvalho, mas que estão de forma equilibrada e por isso, são bons. Ouvi estes dias que os taninos devem ser como filhos dos outros: são muito queridos para estarem por pertos, desde que não incomodem. E isto aconteceu no Paralelo 31. Os taninos ajudaram a compor um bom sabor. O único ponto que o vinho deixa um pouco a desejar é no sabor mais curto, sem grandes entregas depois de ingerido. Mesmo assim, ouso dizer que este vinho está entre os melhores vinhos nacionais que já tomei.
Eu e o Rafael batemos uma bola com o vinho e fechamos dizendo: vai que é sua Galvão!

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