quinta-feira, 30 de junho de 2011

Icewine - Pericó!

Fazia tempo que eu estava curioso sobre os vinhos tipo Icewine. São vinhos feito a partir de uvas congeladas e propiciam um sabor diferente. Na América do Sul, até agora, apenas a vinícula Pericó de Santa Catarina conseguiu produzir, uma safra em 2009. Portanto, encontrar este vinho é coisa rara. E cara também, diga-se de passagem. Uma pequena garrafa, de 200ml sai por R$ 180,00. É o preço da exclusividade.
Mas o preço não é só pela bebida inédita por aqui. O vinho traz junto todo um kit muito bacana. Uma pequena taça de cristal, um manual sobre o vinho, uma caixa de metal e tudo isto em uma atraente caixa um pouco maior. Diminui um pouco a sensação de ser caro, mas ainda assim não torna o produto acessível.
Os vinhos tipo Icewine são famosos no Canadá e são vinhos produzidos a partir de uvas colhidas a graus negativos e congeladas naturalmente. E é aí que está a graça do vinho.
Ao abrir a garrafa, a primeira análise é da cor. Não muito atraente, um vermelho tom de terra. No aroma, uma percepção diferente. Meu pai que estava conosco no momento desta descoberta, achou que o aroma lembrava beterraba! Putz, ô pai, isso é coisa que se faça? Aquilo não saiu mais da minha cabeça e acabei encarando o vinho imaginando a beterraba!!! Tirando esta questão exótica, percebe-se que é um vinho muito menos frutado do que a maioria dos vinhos mais doces. No sabor, a surpresa ficou abaixo do que esperávamos. Não estou querendo dizer que o vinho é ruim, pelo contrário, é um bom vinho. Mas a expectativa estava alta. Nós todos que tomamos, gostamos de vinhos de sobremesa (Late Harvest) e na nossa avaliação, o Icewine é inferior. Ele é menos doce, por isso talvez agrade muito aqueles que gostam de um vinho de sobremesa, mas consideram os Colheitas Tardias muito adocicados. Na realidade, este Icewine ficou entre um Late Harvest e um Vinho do Porto, tanto na cor quanto no sabor. Pela alta exclusividade, vale a pena provar! Quem gosta de vinho, tem que conhecer.
Mas ainda assim, R$ 180,00 é caro, pelo menos na minha avaliação de custo x benefício.
Fiquei sabendo que nesta semana, a Pericó conseguiu colher uvas a seis graus negativos e anunciou que teremos um Icewine 2011.
Gosta de coisas diferentes? Não deixe de conhecer o Icewine, mas tente esquecer a beterraba!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Um ótimo. Outro nem tão ótimo assim!

Final de semana na praia. Friozinho e chuva. Ótimo cenário para degustar novos vinhos.

Pedi no twitter para os seguidores do @vinhosmisterio, se alguém tinha alguma dica para dar. Recebi da galera do @enotrip uma indicação e fui atrás do mesmo. Foi fácil de encontrar o Trapiche Broquel Bonarda 2007. No supermercado comprei por R$ 38,00. Um bom preço. O vinho é Argentino, produzido na cidade de Mendoza. A cor é bonita, um vermelho vibrante. No cheiro, um agradável aroma de frutas vermelhas. No sabor, uma ótima surpresa. Um vinho de fácil percepção de tons adocicados, levemente achocolatado e um pouco defumado. Um sabor longo e intenso. Um ótimo equilíbrio de taninos e acidez. Um vinho que deve agradar à muitos paladares, onde percebe-se uma boa qualidade. Por curiosidade, descobri que a palavra "Broquel" significa escudo e proteção a uma família.





O segundo vinho que abrimos foi um AGNVS Merlot 2007, produzido em Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. Ganhamos este vinho em um hotel que nos hospedamos em Gramado e ficamos curioso para provar principalmente pelo seu local de produção. Fazia tempo que eu não tinha uma experiência desagradável com um vinho, mas este infelizmente não permitiu uma boa experiência. O aroma do vinho não entrega nada. Seu sabor é curto e sem surpresas. Tem uma acidez um pouco acima do aceitável e o sabor chega a lembrar um suco de uva. É um vinho que não passa por madeira e talvez por isso não consiga evoluir na sua qualidade. Não chega a ser um vinho ruim, mas sua falta de entrega e qualidade deixa espaço para que a gente opte por outros rótulos, afinal, a variedade atual de vinhos à disposição não nos permite ficar tomando vinhos que não agrade, concorda?

domingo, 12 de junho de 2011

Thomas Hyland e Monte Velho

Embora não tenha tomado estes dois vinhos na mesma noite, estou escrevendo este post com estas duas positivas surpresas.

Começo pelo Australiano Thomas Hyland, Syrah 2004. Um vinho bonito na sua cor, uma aroma "normal"(sem grandes surpresas), mas com um sabor muito agradável. Leve como a maioria dos vinhos da uva Syrah, mas ao mesmo tempo saboroso. Provei na casa de amigos que viajarão e trouxeram de fora. Acredito que este vinho não seja tão fácil de encontrar aqui no Brasil. Eu nunca tinha visto. Uma novidade interessante. Percebe-se um sabor frutado, mas em uma boa dose, pois não chega a ficar exagerado e/ou adocicado, ficando um gosto provocativo no seu equilíbrio com os taninos.









O outro vinho que provei foi o Português Monte Velho. Este já fazia algum tempo que estava de olho, visto que vinhos Portugueses sempre foram meus preferidos. É um vinho da região do Alentejo, safra 2009, e apresentou uma excelente relação custo x benefício. Um vinho na faixa de R$ 60,00 no restaurante. É possível perceber um leve gosto de madeira e um pequeno sabor "defumado" que dá ao vinho um gosto diferente. Uma coisa interessante deste vinho, é que é facilmente encontrado em tamanho meia garrafa (375ml) em muitas cartas de vinho. O que as vezes, é um tamanho agradável para uma refeição mais curta ou com poucas pessoas.
Da Austrália à Portugal, ficam duas excelentes dicas!