sábado, 31 de julho de 2010

Os prazeres do Valpolicella de janta e Intenso de sobremesa


O propósito deste blog não é falar de restaurantes. Mas desta vez, serei obrigado a citar o local onde degustamos o vinho que será comentando. Acredito muito que o sabor de um vinho sofre "influências" (pelo menos psicológicas) conforme o local onde você bebe, as pessoas que você estava, o motivo do encontro e a comida que acompanhou. Isso influencia primeiramente o nosso bem estar, e o vinho pega "carona".
Neste final de semana, eu e minha esposa completamos aniversário de namoro. Fomos para Gramado e resolvemos conhecer o restaurante Bouquet Garni. Não poderia ter sido melhor. Uma noite agradável, de vista para o lago de Gramado, uma boa música francesa de fundo, mesa com velas, clima harmonioso, um bom motivo para comemorar e então, nada mais justo do que um bom vinho.


Como somos apaixonados pela Itália e suas regiões vinículas (principalmente aquelas que pertencem à região de Toscana), era hora de provarmos um vinho que fazia tempo que tínhamos interesse. Trata-se de um clássico Italiano: o Valpolicella. Muitos vinhos Italianos vem com um selo (ou sigla impressa no rótulo) chamada DOC ou DOCG, que significa: Denominação de Origem Controlada e Garantida. Ou seja, é algo do tipo: "nós, italianos, garantimos que o vinho é pra lá de especial"! O preço nos deixa na dúvida. Algo em torno de R$ 100,00 a garrafa. Mas depois de gastar para se hospedar em Gramado, presentes de namoro e restaurante especial, não seria momento de economizar no vinho. A data merecia um vinho a altura.
Sobre o vinho em si, só temos comentários positivos. O sabor clássico do carvalho, porém sem ser forte e sem deixar uma sensação azeda na boca. Sensacional! Um vinho que conseguiu trazer o gosto típico de vinhos tradicionais, porém de forma leve. Exatamente como gostamos!
A janta era composta por carnes vermelhas, exóticas acompanhadas de risoto de queijo e alho poró em um formato que lembrava batata palha. Que experiência! O vinho acompanhou muito bem! Tomamos toda a garrafa sem nem mesmo nos darmos conta! Vinho Italiano, mais uma vez nos permitiu uma deliciosa experiência.


De sobremesa, para acompanhar sorvete de creme caseiro com cobertura de chocolate (que aliás, recomendo muito), resolvemos experimentar um vinho de sobremesa. Costumam ser muito doces e fortes, mas sabíamos que o momento era especial, e afinal já havia acabado a nossa garrafa Italiana. Pedimos para o Sommelier uma dica de um vinho de sobremesa que não fosse nem tão doce, nem tão forte. Um vinho que caísse bem para o fechamento da noite. E foi assim que provamos o vinho Intenso, da Salton. E mais uma vez, acertamos em cheio! Melhor vinho de sobremesa que já tomamos. Estes vinhos de sobremesa, costumam ter nos rótulos as expressões "Late Harvest", que significa colheita tardia. São vinhos que ficam doces justamente por este motivo. Costumam ser mais "pesados", mais densos. Particularmente, considero eles entre um vinho branco e um vinho do porto. Por isso, é normal que se beba pouco, apenas para acompanhar a sobremesa. Vale a pena, e desta vez, a Salton nos surpreendeu positivamente! Encerramos a noite extremamente felizes com a experiência gastronômica que tivemos na nossa comemoração. Fica aí a dica, Valpolicella de janta, Intenso de sobremesa!

domingo, 25 de julho de 2010

Polêmica sobre os selos

Assino a revista DiVino (que aliás recomendo, excelente revista!) e neste mês traz uma reportagem sobre os selos de controle fiscal para os vinhos comercializados no Brasil. A reportagem conta com duas opiniões opostas. De um lado, Júlio Fante, presidente do IBRAVIN apoia a decisão alegando que com o selo será mais difícil a entrada de mercadorias contrabandiadas no Brasil. Do lado oposto está Ciro Lilla, presidente da Mistral, que discorda da decisão alegando que irá prejudicar os pequenos produtores, e que dificultar a legalização é justamente o que melhora o contrabando. Lendo a reportagem, a minha opinião ficou também dividida. Até o meio de 2011 todos os vinhos serão obrigados a ter o selo, e segundo a matéria, a iniciativa de ter os selos partiu dos grandes produtores brasileiros e não da Receita Federal. Além disto, também alegam que outros países já tentaram implementar os selos e que não funcionou.
Resolvi olhar na minha adega se tinha algum vinho já com este selo e encontrei na Asti Italiana Riccaddona e coloquei aqui para compartilhar com os seguidores do Vinho Sem Mistério. Será que vai funcionar? Será que vai ajudar ou atrapalhar?

Cinzano Asti e Prelatura


Ontem, com o frio da noite e com a recepção de um grande casal de amigos em casa resolvemos fazer uma grande degustação. A janta era um raclete, com diferentes tipos de queijo e depois chocolates.
Mas ne entrada, abrimos uma champagnhe que já fazia horas que estava de olho nela, a Cinzano Asti, Italiana. Que espetáculo! Para quem gosta das espumantes doces brasileiras (Moscatel), a Cinzano Asti é ainda melhor. Também é doce, mas com mais gosto de vinho, mais agradável e com sensação mais natural. Não é uma garrafa tão barata, custa em torno de R$ 35,00 no supermercado. Mas o investimento vale a pena!
Durante a janta era momento de abrir um vinho tinto, que para mim não tem como faltar. Mantendo o bom nível da janta, abrimos um argentino, syrah, 2007, o Prelatura. Excelente vinho também. Extremamente leve e agradável. O vinho caiu muito bem com um raclete cheio de diferentes tipos de queijo. Na hora da sobremesa, o raclete com chocolates, ainda tínhamos um pouco do Prelatura na garrafa. Particularmente não gosto muito de misturar vinho tinto com chocolate. Para mim, altera o gosto do vinho para pior. Mesmo assim, não deixaria o resto do vinho na garrafa e encaramos o argentino combinado com os chocolates derretidos. Para minha surpresa, não sei se era a janta, as companhias ou o vinho mesmo, mas gostei da combinação.
Fica aí a dica de provar as Astis italianas e os syrah argentinos! Vale muito a pena!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Dica rápida - León de Tarapacá


Seguindo a dica do novo seguidor do Vinhos Sem Mistério, Rafael Rosa (@rafaero), resolvi escrever uma dica rápida sobre o León de Tarapacá. Concordo com o Rafael que é um excelente vinho. Uma ótima dica para "entrar" da linha da vinícula Tarapacá. Já comentei aqui que não sou tão fã dos chilenos, mas a Tarapacá foi, curiosamente, uma das primeiras vinículas que me motivei a conhecer a linha toda. O León é o vinho base deles, na faixa de preço dos R$ 20,00 no varejo. Existe com diversas uvas, e para mim a melhor é a Merlot. Depois de curtir bem o León, permita-se conhecer a linha reserva Tarapacá, que não leva mais o nome "León" e fica apenas com o nome da bodega (vinícula, de uma forma mais chique), e possui rótulo branco. Ainda estou para experimentar o Gran Reserva (rótulo preto), mas ainda não tive esta sorte. Mas se você ainda não conhece a Tarapacá, fica aí a dica do nosso leitor para uma ótima experiência inicial. Escolha sua uva e depois conte pra nós!

Vale da Raposa - Português


Como a proposta deste blog e dar dicas sobre vinho e descomplicar a linguagem sobre a bebida, me sinto na obrigação de também falar mal quando algo não agrada.
Esta semana fomos jantar fora e como tradicional, pedimos um vinho. Gosto de experimentar vinhos novos, nunca degustados para poder comparar. Como costumo gostar dos vinhos portugueses, resolvi conhecer o Vale da Raposa, da uva Touriga Nacional, 2005, um vinho na faixa dos R$ 50,00 no restaurante (provavelmente uns R$ 30,00 no varejo).
A parte ruim de experimentar coisas novas, é que nem sempre vale a pena. E foi o que aconteceu. O vinho não agradou, nem à mim, nem à minha esposa. A clássica sensação de "gosto de rolha". Muita presença do carvalho, além de deixar um gosto ruim na boca após ingerir. O único ponto interessante, é poder tomar um vinho português de uma uva difícil de se encontrar, a Touriga Nacional. Já provei esta uva de vinículas brasileiras inclusive (não me lembro o nome, mas vou pesquisar e posto no futuro). As brasileiras são bem melhores do que esta que provei. Os vinhos portugueses são, no meu entendimento, para serem amados ou odiados. As uvas jovens, como a própria Touriga e a Tempranillo, costumam dar este saber que não me agrada. As vezes fica difícil de dizer exatamente o que não agrada, mas o que pode-se perceber é que a experiência com o vinho não é positiva. Não fica aquela sensação de querer tomar novamente!
Se for para tomar um português, exprimente o Esporão. Para mim, muitíssimo melhor. Vou deixar para falar dele no futuro. Se quiser tomar um vinho português, "de Portugal" (como diriam nossos "irmãos"- hehe), fique atento aos rótulos, uvas e região, pois poderá ter uma grande surpresa ou uma grande decepção.

domingo, 18 de julho de 2010

Casa Perini Tannat 2002



Domingo, chuva, frio, churrasco… O que vamos beber? Vinho!
Como manda a etiqueta, carnes vermelhas mais pesadas combinam com vinhos mais pesados. Ainda não sei se concordo 100% com isso, pois gosto de deixar as coisas ao seus devidos momentos, independente de regras e etiquetas. Mesmo assim, neste domingo resolvemos seguir a dica dos enólgos e abrimos um Tannat 2002 da Casa Perini. Um Gran Reserva, rótulo negro, que é difícil de se encontrar em pontos de venda. Esta garrafa em especial, compramos direto da Perini em Caxias do Sul, em uma visita junto com o Tiago da Enotrip (www.enotrip.com.br).
Abrimos o vinho e logo pudemos perceber o cheiro clássico do Tannat. É um cheiro um pouco mais forte da uva e é possível se perceber no aroma a presença do carvalho. Não é exatamente o estilo que mais me agrada, mas preciso confessar que o vinho demonstrou qualidade já na abertura da garrafa.
A cor mais escurecida preencheu as taças e provamos o esperado Tannat 2002. Gosto positivo mas não tão surpreendente. O mais interessante foi mesmo poder degustar de um vinho que não se encontra facilmente.
Não sou tão adepto aos vinhos tintos nacionais. Nada de forma preconceituosa, até mesmo porque defendo a idéia de valorizarmos o que é produzido no Brasil. Porém, os vinhos tintos costumam ser mais ácidos e este é um ponto muito sensível no meu paladar. Os vinhos europeus fazem o contraponto neste aspectos e justamente por isso, não sou tão fã dos vinhos sul americanos.
Mas voltando ao Perini experimentado, caiu bem. Combinou com o churrasco. Foi uma das primeiras vezes que preferi um vinho em uma temperatura um pouco mais elevada. Costumo deixar os vinhos em um adega climatizada entre 12 e 14 graus, o que deixa levamente suada a garrafa. Especialistas condenam isso, mas prefiro respeitar o meu paladar. Mas no caso deste Tannat 2002, realmente ficou melhor depois que ficou em uma temperatura um pouco mais elevada do que os meus padrões.
A dica que mais vale do Perini Tannat, é de fato ir buscar o vinho na própria vinícola. O ponto famoso dos vinhos no Brasil é em Bento Gonçalves, na região do Vale dos Vinhedos. Com certeza vale a pena conhecer. Porém, gosto muito de um turimo não tão popular, não tão pop. Por isso, ir à Caxias de Sul conhecer a região que fica a venícola Perini (região da Forqueta) é muito interessante. Separe um final de semana ensolarado, visite a região e traga para sua experiência futura este Tannat. E não deixe de prová-lo com uma boa carne vermelha, pois neste caso realmente a combinação vinho e prato, fez diferença.

sábado, 17 de julho de 2010

Los Haroldos lá vamos nós!

Hoje eu e minha esposa fomos jantar em uma cachaçaria. Mas, como somos adeptos do vinho, quebramos o protocolo da casa de tomar caçhaça e pedidos um vinho. Resolvemos experimentar o agentino Hacienda Los Haroldos, Malbec. Ainda não tínhamos provado este vinho, mas o frio do dia chamava para um Malbec e o preço da garrafa favorecia (certa de R$ 30,00), pois não costuma ser o preço que se encontra um Reserva argentino em cartas de restaurantes.
O vinho é leve. Mais leve do que o normal para um Malbec, principalmente argentino. A uva Malbec por natureza é mais "forte", onde é possível sentir o cheiro do álcool presente e um certo teor alcoólico que se percebe na boca. Neste aspecto o Los Haroldos surpreendeu. Sentimos uma agradável experiência pois o vinho desceu muito bem. Ajudou a esquentar o frio.
O único ponto pior do vinho, é que fiquei com uma leve sensação de acidez no estômago depois de alguns minutos que já havíamos terminado. Mesmo assim, uma surpresa interessante. Como ainda não havia escrito sobre vinhos argentinos, fica aqui a primeira dica, pois o país merece destaque na produção de vinhos, principalmente aqueles produzidos na região de Mendoza, que é o caso do Hacienda Los Haroldos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Casa Silva lá em casa



O texto de hoje vou fazer especial para os vinhos Casa Silva. Hoje são sinônimos de status e pedir um Casa Silva é ficar sem medo de errar. Casa Silva não “paga mico”. Para os que conhecem, admitem que é um bom vinho (embora todos os grandes entendedores não costumam recomendar vinhos popularmente conhecidos), e para aqueles que não conhecem, sabem que o Casa Silva tem requinte.
De fato é um ótimo vinho. Sempre costumo ter na minha pequena adega. Um vinho de bom gosto, sabor interessante, baixa acidez e uma relação entre preço e satisfação bem interessante.
O que complica um pouco a linha Casa Silva é a linha deles, que inicia no Colecion, passa pelo Reserva, e depois tem os Los Lingues (Gran Reserva). O preço vai no mesmo embalo crescente e por consequencia, a qualidade também. Confesso que toma-los em momentos diferentes, para quem não é um expert, fica difícil reconhecer qual é o mais envelhecido. Porém, se degustar em sequencia, aí sim é bem fácil perceber a diferença.
A linha Colecion é a linha básica da Casa Silva, vinhos que são produzidos e em seguida engarrafados e por isso o preço mais acessível.
Vinhos denominados “Reserva”, são vinhos que foram envelhecidos em barril de carvalho. Portanto, é possível sentir a famosa expressão entre os amadores chamada “gosto de rolha”. Na verdade, é o gosto do carvalho. Dizem que é chique sentir este gosto, sinal de qualidade. Particularmente, não gosto de vinhos onde este gosto fique muito saliente.
Os vinhos “Gran Reserva”são vinhos que ficaram pelo menos dois anos envelhecidos em barril de carvalho. De forma geral, são vinhos que deveriam ficar um tempo de reserva na sua adega também, esperando aquele momento especial de fazer um clima em casa e abrir a tão esperada garrafa. Deixe dar uma respirada. Não precisa necessariamente colocar em decanter e anunciar para todos a importância disto. Abra a garrafa e deixa lá, no cantinho. Apenas para garantir que o vinho melhore.
Para fechar, a minha sugestão é que se inicie conhecendo Casa Silva pelo Colecion. Gaste e deguste este vinho até entender que é momento de avançar uma etapa, e assim por diante até o seu bolso e seu paladar estar alinhado com os Los Lingues.
Casa Silva, um vinho certeiro para ter em casa. Não tem erro!

J.P. Chenet e Marqués de Riscál

“O melhor vinho do mundo é aquele que você mais gosta”. Começo este meu primeiro texto com a frase que escutei de um enólogo do qual participei de um curso há alguns anos atrás. A frase ficou como uma espécie de mantra pra mim.

Hoje me tornei um grande apreciador de vinho, tendo o hábito frequente de provar diferentes vinhos seja com minha eposa, seja com amigos ou familiares. Também faço parte de uma confraria do vinho e todas estas experiências ao longo dos últimos tempos tem me deixado com algum conhecimento sobre o tema.

O fato é que o vinho é prá lá de misterioso. Existe todo um ritual em cima da bebida, desde sua compra aos seus minutos pós-degustação. Não que eu seja contra este ritual todo, muito pelo contrário, um dos motivos que me encanta o vinho é justamente o ritual, mas precisamos confessar que é um ritual super misterioso.

Vamos começar pela compra. Que país comprar? Manda logo um chileno, aí não tem erro. Como se o chile só produzisse vinhos bons. Será mesmo que o chileno agrada seu paladar?

E depois começam a surgir diversas outras dúvidas. Qual safra? Que uva? Que preço devo pagar?

Coitado de quem começa a tomar vinho e quer impressionar. São muitos itens que influenciam. Depois que comprou, qual taça devo servir? Com que comida o vinho combina? Devo decantar, aerar, respirar… hã?

Difícil começo. E vamos combinar, até você alcançar certos níveis de conhecimento de vinho (isto significa “até você beber muito na sua vida”), estes itens todos farão pouca diferença na sua experiência com o vinho, no seu paladar. Mas para impressionar, fazemos questão de balançar a taça, cheirar o vinho e largar um breve comentário: “hum… muito bom este vinho”. E se alguém comentar que precisa colocar em uma taça maior, deixar a uva cabernet respirar para o vinho abrir e você notar o sabor frutado e aveluldado do vinho, você vai concordar. Mas não porque concorda de fato, mas sim porque se sente um ignorante se não o fizer.

Vinho bom ter que ser aquele que lhe satisfaça, que lhe dê prazer. Se depois, com o tempo, você quiser evoluir nas técnicas do vinho e desenvolver seus conhecimentos mais específicos, será apenas uma opção, e não uma obrigação.



E para começar esta análise simples, objetiva e direta resolvi comparar dois vinhos extremos no que se refere à preço que estavam na minha adega. O primeiro é o J.P. Chenet, um vinho Francês, safra 2008, da uva Merlot, com preço na faixa de R$ 22,00. Do lado oposto no peso da balança financeira da minha adega retirei o Marqués de Riscal, reserva 2004, uva Rioja, um vinho Espanhol na faixa dos R$ 90,00.

Se for para impressionar a diferença de preço vale a pena. O Marqués vem com uma cordinha dourada que mesmo quem nunca tomou vinho fica com a percepção de que é um vinho caro, chique. O J.P. Chenet é mais simples, embora tenha a garrafa levemente torta (sim, isto é de propósito) que dá um certo grau de originalidade no produto, é um vinho mais “comum”. Há quem confunda com o JotaPê nacional, mas também há quem se impressione por ser um vinho Francês. Poucos sabem que um vinho Europeu pode ser mais barato que um vinho Brasileiro.

Abrindo os dois vinhos é possível começar a notar a diferença do tempo de reserva. O Marqués está com a rolha mais “molhada” do vinho. Sim, eu disse molhada, porque como dito antes, vou usar aqui a linguagem que todos possam entender.

Logo ao primeiro gole, o Francês causa uma sensação mais positiva, pois o Espanhol está com muito cheiro e gosto forte do álcool. Mas logo já percebe-se a diferença. Se ele respirou ou simplesmente o segundo gole é melhor eu não sei, mas o fato é que o Marqués de Riscal tornou-se um vinho mais saboroso, com o gosto permanencendo mais tempo na boca, enquanto o J.P. Chenet tornou-se um vinho mais leve porém com menos surpresas no paladar.

Ambos são bons, sabores agradáveis, cores muito parecidas embora o Espanhol passe a sensação visual de mais pesado. Não me deram azia, nem dor de cabeça, e isto para mim já é um sinal positivo. Combinaram com o clima da noite e me deixaram mais uma vez com uma positiva experiência.

Ainda não sei se na prática os quase setenta reais que separam um do outro venham a de fato compensar (na minha opinião, óbvio). Mas são duas experiências interessantes e fica aí duas dicas. Quer impressionar por rótulo? Vá no Marqués de Riscal. Quer impressionar pela origem? O J.P. Chenet tem o glamour da França. Quer impressionar por preço? Marqués de Riscal. O que importa é a uva? Marqués de Riscal novamente, por ter uma uva que não se costuma ver no Brasil. Quer uma boa relação custo x benefício? Fique com o J.P. Chenet. Quer saber qual o melhor? Separe um pouco mais de R$ 100,00 e desfrute dos dois, chegue a sua conclusão e se tiver motivação, compartilhe conosco.